Palmeiras é processado por família de cruzeirense morto em emboscada e dez torcedores da Mancha Verde são presos
Ônibus pega fogo na rodovia Fernão Dias, em Mairiporã (SP), durante briga entre torcidas organizadas do Palmeiras e do Cruzeiro. (Foto: Reprodução/Redes Sociais)
O Palmeiras está sendo processado no Tribunal de Justiça de São Paulo por quatro familiares de José Victor dos Santos Miranda, cruzeirense morto em outubro após ataque na rodovia Fernão Dias. A torcida organizada Mancha Alviverde é investigada como a responsável pela emboscada. Nesta terça-feira (03), a Polícia Civil prendeu dez palmeirenses acusados de participar do ataque, e foram cumpridos 23 mandados de busca e apreensão.
As ações são movidas pela mãe, irmão e as duas avós do torcedor cruzeirense. Os processos são por danos morais, somadas a honorários, as indenizações passam de R$ 9 milhões. Juliano Pereira Nepomuceno, advogado que move os processos, argumenta que a emboscada é resultado da falta de ações sólidas e incisivas do clube para repreender e impedir o comportamento da Mancha.
- Mesmo diante do histórico violento da Mancha Alviverde, que ensejou conflitos terríveis e até mesmo mortes, o clube paulista se omitiu, não promoveu medidas de prevenção e proibição adequadas. Logo, a inércia do Palmeiras diante de tais eventos criou um ambiente propício para que os atos se repetissem. O clube deve ser responsabilizado por permitir que a torcida tenha continuado suas atividades violentas sem punições efetivas e apropriadas - diz trecho de uma das ações. O clube foi procurado porém diz que não se manifesta sobre assuntos jurídicos.
TORCEDORES PALMEIRENSES FORAM PRESOS POR ATAQUE
Nesta terça-feira (03), a Polícia Civil prendeu dez torcedores do Palmeiras que foram acusados de participar do ataque no dia 27 de outubro envolvendo as torcidas organizadas. Foram cumpridos 23 mandados de busca e apreensão. A investigação faz parte do inquérito policial que investiga a emboscada causada pela Mancha Alviverde para atacar cruzeirenses da Máfia Azul, na rodovia Fernão Dias, em Mairiporã (SP).
Na emboscada, um torcedor da Cruzeiro morreu e outros 17 ficaram feridos.
O presidente da Mancha, Jorge Luiz Sampaio Santos, e o vice-presidente Felipe Mattos dos Santos, conhecido como "Fezinho", continuam sendo procurados, ambos com mandados de prisão temporária. Além dos dez suspeitos que foram presos nesta terça-feira (03), outros dois palmeirenses já estavam detidos e oito ainda são procurados.
Por conta do ocorrido, a Federação Paulista de Futebol suspendeu a Mancha Alviverde dos jogos do Palmeiras no estado de São Paulo. O Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) analisou os vídeos do ataque gravados e postados pelos próprios torcedores, e conseguiu identificar, no mínimo, 18 integrantes da Mancha.
De acordo com a Polícia Civil, a Mancha queria se vingar da Máfia Azul por um confronto que perdeu em 2022, em Minas Gerais. Os palmeirenses utilizaram pedaços de paus, pedras, barras de ferro e rojões.
Na quarta-feira (04), o Palmeiras irá enfrentar o Cruzeiro pela 37ª rodada do Campeonato Brasileiro. A partida acontecerá às 21h30 (Horário de Brasília) no Mineirão. A CBF decidiu que o jogo acontecerá com portões fechados, mas o Cruzeiro e o governo de Minas Gerais tentam reverter a decisão. O público sugeriu que o confronto acontecesse com torcida única.