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Palmeiras renasce no mercado e empolga fãs. Mas vai vingar?

Desde 2008, quando foi campeão paulista e montou o time que em 2009 seria quadrifinalista da Libertadores e “quase-campeão brasileiro”, o Palmeiras não tem uma pré-temporada tão estrelada nos bastidores

14 jan 2015 - 14h54
(atualizado em 3/7/2018 às 10h55)
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Sete de dezembro de 2014. 19h. Em Salvador, o árbitro gaúcho Anderson Daronco aponta o centro de campo e encerra a partida, mas é no Allianz Parque, a cerca de 1.935 km do Barradão, que a festa é feita. Ou melhor: feita e imediatamente desfeita. Depois do alívio pela permanência, a torcida alviverde toma de vaias e gritos de "vergonha" o remodelado estádio localizado na Barra Funda.

De lá para cá, nem 40 dias se passaram, e o Palmeiras sequer colocou o time profissional em campo para disputar partidas oficiais. Porém, hoje, os torcedores do maior campeão nacional do futebol brasileiro parecem os mais empolgados de São Paulo (e quiçá do País). O que explica isto? A resposta é simples e tem nome e sobrenome: Alexandre Mattos. Ou melhor, o que o atual diretor de futebol palmeirense conseguiu resgatar em uma semana no clube: o protagonismo no mercado de transferências.

Possivelmente, desde 2008, quando foi campeã paulista e montou o time que no ano seguinte seria quadrifinalista da Copa Libertadores e “quase-campeão brasileiro”, a diretoria alviverde não tem uma pré-temporada tão estrelada nos bastidores. Foram 15 reforços contratados até aqui – todos eles de nível igual ou superior ao de jogadores que já estavam no elenco. Mas será que vai dar certo? Em anos anteriores, o clube de Palestra Itália também já contratou bastante e nem por isso foi bem em campo. O que pode fazer com que os torcedores palmeirenses se mantenham otimistas pensando em 2015? É isto o que será destrinchado a partir de agora:

Chegou um? Saiu outro

O fracasso de 2014 deu uma grande mensagem a Paulo Nobre: era necessário reformular. E, quando isto acontece, é preciso ter cuidado: na ânsia de contratar, há risco de não conseguir vender. O elenco pode ficar inchado. Mas isto não tem acontecido com o Palmeiras versão 2015. Se 15 reforços chegaram, 13 saíram.

Diogo, Marcelo Oliveira, Felipe Menezes, Bruno César, Juninho, Wesley, Bernardo, Lúcio, Henrique... A lista de adeus foi proporcional à de boas-vindas. E o melhor: os nomes que saíram não ganhavam pouco. Mesmo trocando mais de um time inteiro, o Palmeiras não comprometeu a folha salarial. Isso é raro. E, ao mesmo tempo, fundamental para o sucesso e a saúde financeira de um clube.

Olhos de lince...

O que faltava no Palmeiras dos últimos anos agora parece sobrar pelos lados de Palestra Itália. O clube alviverde foi buscar reforços de maneira inteligente - como se tivesse uma visão apuradíssima. Seja demonstrando a astúcia de aproveitar boas oportunidades ou contando com a ajuda de seu novo treinador, Oswaldo de Oliveira, a equipe palmeirense contratou bem e sem fazer loucuras.

Botafogo e Santos estão em crise financeira? Então por que não apostar neles? Gabriel e Lucas deixaram General Severiano, e Arouca e Aranha são cogitados para desembarcar na Barra Funda. Oswaldo de Oliveira tem um atacante de confiança? Rafael Marques foi imediatamente anunciado. Zé Roberto está livre no mercado? É uma aposta que, apesar dos 40 anos, já se mostrou mais do que segura. Dudu não acertou com São Paulo e Corinthians? Mas estava disposto a permanecer no futebol brasileiro. E a Série B? Vítor Hugo e Andrei Girotto, destaques do bom América-MG, já chegaram. Há muito tempo o Palmeiras não era tão certeiro ao contratar.

(Alexandre Schneider/Getty Images)

...somados a “tática polar”

E quem garante que contratar demais não vai render problemas financeiros ao clube no futuro? Isto, de fato, é incerto. Mas, pelo que foi feito até aqui, é mais do que improvável pelos lados alviverdes. Por incrível que pareça, o Palmeiras gastou pouco nos jogadores que trouxe até aqui. Dos 15 reforços, apenas três obrigaram Paulo Nobre a mexer diretamente no bolso: Dudu, Leandro Pereira e Robinho. O resto chegou por empréstimo (casos de Jackson, João Paulo, Gabriel, Alan Patrick, Rafael Marques, Andrei Girotto, Vítor Hugo, Kelvin e Victor Ramos) ou estavam sem contrato com outras equipes (que foi o que ocorreu com Zé Roberto, Lucas e Amaral).

Há outra questão importante. E que, para ser bem entendida, necessita de uma metáfora. Se comparássemos o Palmeiras a um animal, este seria o urso polar. Simplesmente porque ele tem como principal característica a hibernação - mecanismo de sobrevivência utilizado pelo animal em períodos nos quais as condições ambientais se encontram bastante adversas ou quando a quantidade de alimentos disponível é menor do que a necessária.

Mas e o que isto tem a ver com o Palmeiras? Olhando para o que vem acontecendo em 2015, não é difícil dizer que, em 2013 e 2014, a equipe verde e branca estava apenas “hibernando” para sobreviver no ano seguinte. Paulo Nobre já admitiu que assumiu o clube praticamente falido e que, para colocar as contas em dia, teve que atuar com somente 25% das receitas nos últimos anos.

Tudo bem, o time reagiu mal a esta política – visto que só se salvou da Série B graças ao resultado de outro jogo -, mas, agora, pode colher os frutos por ter gastado tão pouco em um passado não tão distante. Com quase 100% das receitas disponíveis, crescimento absurdo do programa de sócios-torcedores e inauguração de um moderníssimo estádio, pode contratar praticamente “a rodo” – enquanto outros clubes, como Corinthians, Botafogo, Fluminense e Santos, caminham no sentido oposto. E ainda falta um patrocinador máster...

(Lucas Almeida/AFP)

Chapéu? Levou tanto que agora está distribuindo

Excetuando o fraco desempenho do time em campo, poucas coisas deixavam o palmeirense tão irritado quanto a aparente fraqueza que o clube demonstrava ter no mercado de transferências. Não foram poucos os “chapéus” que o Palmeiras levou de rivais nos últimos anos. Quando parecia próximo de anunciar um reforço, via-o desembarcando em outros clubes dias depois. Richarlyson foi para o São Paulo, Thiago Neves jogou no Fluminense, Martinuccio também acabou no time carioca, Ronaldinho atuou pelo Flamengo e depois no Querétaro, e Alan Kardec “pulou o muro” para vestir a camisa são-paulina.

A autoestima palmeirense estava lá embaixo. Em 2015, contudo, renasceu. O caso mais emblemático foi o de Dudu. Pretendido por São Paulo e Corinthians, o atacante viu a sua transferência se transformar em novela por alguns dias. Bastaram menos de 24 horas para o Palmeiras “furar” os dois rivais e fechar com o jovem, ex-Grêmio.

Com Leandro Pereira também foi assim. O ex-jogador da Chapecoense estava acertado com o Corinthians, mas acabou no clube alviverde. A única “derrota” foi provocada por Thiago Mendes, que era desejo do Palmeiras, mas fechou com o São Paulo. Ter voltado a competir com força no mercado reflete, sim, que algo de diferente está sendo feito e pode render frutos pelos lados de Palestra Itália...

(Instagram/Reprodução)

Acertou? Veste a camisa e joga

Tiago Real, Josimar, Weldinho, William Matheus, França, Diogo, Ananias... O Palmeiras cansou de se reforçar com jogadores no máximo medianos nos últimos anos. Em raríssimos casos o torcedor olhava para o jornal, via o anúncio de uma contratação e pensava: “poxa, agora sim temos um novo jogador titular”. Era praticamente impossível o clube alviverde trazer um jogador com condições de chegar, vestir a camisa e já jogar.

Isso mudou no início de 2015. E, certamente, é o que mais provoca a sensação de que, sim, desta vez o Palmeiras vai vingar em uma temporada. Jogadores como Zé Roberto, Gabriel, Dudu, Rafael Marques e Alan Patrick são daqueles de bom nível – que teriam vaga em quase todos os times titulares do Brasil. Se Arouca chegar, entra nesta lista. Por sua vez, atletas como Vítor Hugo, Andrei Girotto, Lucas, Robinho e Leandro Pereira são úteis – capazes de compor bem o elenco.

Agora sim Valdivia terá boa companhia dentro de campo. O chileno, que representava a única fonte de criatividade e talento no time que quase foi rebaixado à Série B no ano passado, enfim terá com quem dialogar entre as quatro linhas. E os bons e jovens Nathan, Victor Luís, João Pedro e Gabriel Dias não serão mais tão pressionados. Quem sabe haja até clima para experimentar o já estrelado Gabriel Jesus, de 17 anos, na equipe de cima, não é mesmo? Pelo que tem sido feito até aqui, parece que, em 2015, o palmeirense enfim terá motivos para sorrir...

(Sergio Barzaghi/Gazeta Press)

Foto: Instagram/Reprodução
Fonte: Terra
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