Presidente da Mancha Alviverde tem pedido de prisão temporária por emboscada na Fernão Dias
Ele é um dos suspeitos de participar de ataque a cruzeirenses, que terminou em uma morte e quase 20 feridos
A Polícia Civil de São Paulo pediu a prisão temporária (por até 30 dias) do presidente da Mancha Alviverde, Jorge Luis Sampaio. Ele é um dos suspeitos da torcida organizada do Palmeiras a participar do ataque a membros da Máfia Azul, uniformizada do Cruzeiro, em uma emboscada na manhã do último domingo, 27, na rodovia Fernão Dias, em Mairiporã.
O pedido foi feito após a identificação de envolvidos por meio de imagens gravadas pelos próprios palmeirenses e por câmeras da Guarda Civil de Mairiporã. A Polícia cruzou as imagens com informações do banco de dados da Delegacia de Polícia de Repressão de Intolerância Esportiva (Drade), que coordena a investigação do caso. O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público de São Paulo, também atua na investigação.
A emboscada terminou com a morte de José Victor Miranda, de 30 anos. Ele integrava um grupo da Máfia Azul, organizada do Cruzeiro, de Sete Lagoas (MG). Miranda chegou a ser internado no Hospital Anjo Gabriel, em Mairiporã, em estado gravíssimo em decorrência de ferimentos de queimaduras e não resistiu. Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), que atendeu a ocorrência no dia, foi ateado fogo em um dos ônibus dos cruzeirenses.
Ao todo, foram contabilizados 17 feridos. Dois torcedores do Cruzeiro continuam internados. Um deles, no Hospital Anjo Gabriel, em Mairiporã. Ele tem quadro estável e aguarda por cirurgia já marcada para esta semana na Santa Casa de São Paulo. Um que estava no Hospital Estadual de Franco da Rocha teve alta nesta quarta-feira. Ainda há um paciente na unidade estadual, em estado grave.
O caso é entendido como uma "cobrança" dos palmeirenses por uma ação de torcedores do Cruzeiro contra integrantes da Mancha Alviverde em 2022, também na Fernão Dias. Na época, Jorge Luís Sampaio Santos teve sua carteirinha de sócio, documentos e cartões de créditos arrancados dos rivais durante o confronto, além de ter sido espancado e ter vídeos expostos nas redes sociais. A confusão terminou com quatro torcedores feridos a tiros.
A Máfia Azul se manifestou ainda na tarde de domingo. "Perca com honra, mas não vença por covardia. O choro da mãe do seu rival traz a alegria da sua", escreveu a uniformizada. A Mancha Alviverde nega o envolvimento na emboscada e diz ser acusada injustamente. "Com mais de 45.000 associados, nossa torcida não pode ser responsabilizada por ações isoladas de cerca de 50 torcedores, que desrespeitam os princípios de respeito e paz que promovemos e defendemos", diz trecho da nota divulgada.
Cruzeiro e Palmeiras também lamentaram o ocorrido. Os clubes não se enfrentaram no final de semana. A equipe mineira jogou no sábado, contra o Athletico-PR, em Curitiba. Já o Palmeiras recebeu o Fortaleza, em São Paulo.
A Macha Alviverde está proibida de entrar em estádios de São Paulo a partir desta quarta-feira, 30. A Federação Paulista de Futebol (FPF) acatou a recomendação do Ministério Público de São Paulo (MP-SP), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).