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Por bronze, Renan reencontra Argentina e filho de Hugo Conte

Na luta por pódio no vôlei, técnico da Seleção revive duelo que fez em Seul-1988 e encara filho de lenda argentina que o derrotou há 33 anos

6 ago 2021 - 06h19
(atualizado às 06h29)
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Derrotada pelos russos na semifinal da última quinta-feira, a Seleção Brasileira masculina de vôlei volta à quadra neste sábado, a partir de 1h30 (horário de Brasília), contra a Argentina, para tentar conquistar um bronze olímpico em Tóquio que é a única medalha que falta para os homens do País na história da Olimpíada na modalidade. Dono de três ouros, obtidos em Barcelona-1992, Atenas-2004 e Rio-2016, além de duas pratas, amealhadas em Pequim-2008 e Londres-2012, o Brasil agora espera figurar no terceiro lugar do pódio.

Após 33 anos, Renan vai reviver uma decisão de bronze olímpico contra a Argentina
Após 33 anos, Renan vai reviver uma decisão de bronze olímpico contra a Argentina
Foto: Carlos Garcia Rawlins / Reuters

E talvez para nenhum outro integrante da equipe nacional o posto neste degrau na cerimônia de premiação deste esporte seja tão importante como seria para Renan Dal Zotto. Os motivos são muitos para isso. Além de ter superado a covid-19 neste ano e lutado pela vida ao ficar 36 dias internado por causa da doença, que o obrigou a ser intubado por duas vezes neste período, o técnico da Seleção Brasileira também fará uma espécie de revanche pessoal neste duelo diante dos argentinos.

Há 33 anos, então como um dos principais jogadores do Brasil nos Jogos de Seul-1988, Renan foi derrotado junto com o time nacional justamente pela Argentina na decisão do bronze. Naquela ocasião, a equipe, que já havia sido medalhista de prata em Los Angeles-1984, acabou sucumbindo por 3 sets a 2 e saiu da Coreia do Sul com o gosto amargo de ter deixado escapar a conquista daquela medalha.

Ironia do destino, o atual treinador do Brasil também terá pela frente neste sábado o ponteiro Facundo Conte, que é filho de Hugo Conte, lendário jogador de vôlei argentino que era um dos grandes nomes daquela seleção que superou o grande time que também contava com William, Xandó, Montanaro, Bernard e cia em Seul.

Naquela ocasião, a Argentina conquistou o único bronze olímpico da história do vôlei do país. E antes mesmo de saber que iria reencontrar o seu algoz de 1988 - pois apenas horas depois os argentinos foram derrotados por 3 a 0 pela França na outra semifinal dos Jogos de Tóquio -, Renan ressaltou a importância de o Brasil se motivar para buscar o bronze neste sábado.

"Lamentamos demais não sair daqui com uma vitória. Queríamos muito estar disputando uma final, mas vamos olhar para frente", afirmou o treinador, após a derrota por 3 sets a 1 para a Rússia, com os olhos  ainda marejados pela tristeza de não ter conseguido levar a Seleção Brasileira a uma histórica quinta decisão consecutiva no vôlei masculino da Olimpíada.

"Que fiquem os aprendizados (da derrota para os russos) para que em momentos delicados como esse, consigamos encontrar outras soluções. Agora temos uma medalha para buscar e não vamos desistir dela em momento algum”, prometeu Renan, que agora lutará para apagar o trauma que Facundo Conte tentará ajudar a Argentina a reviver após aquela derrota sofrida pelos brasileiros há 33 anos.

Filho de uma lenda pela frente

Assim como ocorre hoje com o seu filho, Hugo Conte também atuava como ponteiro na seleção argentina. E disputou três edições dos Jogos Olímpicos, figurando na competição em Los Angeles-1984, Seul-1988 e depois como um veterano de 37 anos em Sydney-2000. Nesta edição da Olimpíada realizada na Austrália, por sinal, ele ajudou os argentinos a eliminarem justamente o Brasil, surpreendido novamente, agora na fase de quartas de final. Depois disso, a equipe sul-americana terminou a sua campanha em quarto lugar.

Hugo Conte e o filho Facundo Conte durante encontro promovido pela FIVB
Hugo Conte e o filho Facundo Conte durante encontro promovido pela FIVB
Foto: Reprodução/@fivb

Em 2000, por sinal, Hugo Conte foi escolhido como um dos oito finalistas ao prêmio de melhor jogador de vôlei do mundo no século XX, em eleição promovida pela Federação Internacional de Voleibol (FIVB). Curiosamente, Renan também foi um destes oito finalistas desta honrosa premiação, que contou ainda com o holandês Peter Blangé, o japonês Katsutoshi Nekoda, o norte-americano Karch Kiraly, o checo Josef Musil, o polonês Tomasz Wójtowicz e Konstantin Reva, que defendeu a União Soviética. No fim, o prêmio acabou ficando com Kiraly, lenda dos Estados Unidos que se sagrou bicampeão olímpico com os títulos de Los Angeles-1984 e Seul-1988.

Nesta Olimpíada de Tóquio, o Brasil já enfrentou a Argentina e sofreu para vencer por 3 sets a 2, depois de ter sido derrotado nas duas primeiras parciais, em duelo pela primeira fase da competição. Neste sábado, no reencontro dos tradicionais rivais, o jogo agora valerá uma medalha olímpica. E Renan não quer deixá-la escapar de suas mãos - e reviver a derrota de 33 anos atrás - em nenhuma hipótese.

Fonte: Redação Terra
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