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Presidente da Fifa declara apoio a Vini Jr. após novo caso de racismo

Jogador brasileiro foi alvo de insultos no estádio Mestalla

22 mai 2023 - 08h10
(atualizado às 08h19)
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O presidente da Fifa, Gianni Infantino, prestou solidariedade ao atacante Vinicius Junior, do Real Madrid, que foi alvo de insultos racistas dos torcedores do Valencia no último domingo (21).

Vinicius Junior foi chamado repetidamente de "macaco" durante o jogo contra o Valencia
Vinicius Junior foi chamado repetidamente de "macaco" durante o jogo contra o Valencia
Foto: EPA / Ansa - Brasil

No estádio Mestalla, o brasileiro foi atacado por parte da torcida da equipe mandante, que o chamou de "macaco" repetidamente. O atleta também foi expulso no final da partida.

"Total solidariedade ao Vinicius Junior. Não há lugar para o racismo no futebol ou na sociedade e a Fifa apoia todos os jogadores que já passaram por essa situação. Os fatos que aconteceram durante o jogo entre Valencia e Real Madrid mostraram que esse é o caso", disse o mandatário da Fifa.

Após o confronto, o centroavante fez um desabafo nas redes sociais sobre os insultos. No texto, o brasileiro abriu a possibilidade de deixar o futebol espanhol em virtude dos repetidos casos de racismo.

"Não foi a primeira, nem a segunda e nem a terceira vez. O racismo é normal na LaLiga. A competição acha normal, a federação também e os adversários incentivam. Lamento muito. O campeonato que já foi de Ronaldinho, Ronaldo, Cristiano e Messi hoje é dos racistas. Eu sou forte e vou até o fim contra os racistas, mesmo que longe daqui", escreveu Vini Jr.

Em outra publicação, feita cerca de duas horas mais tarde, o jogador do Real Madrid retrucou o presidente da LaLiga, Javier Tebas, que o criticou pelos acontecimentos em Valência.

"Outra vez, em vez de criticar os racistas, o presidente da La Liga aparece nas redes sociais para me atacar. Por mais que você fale e finja não ler, a imagem do seu campeonato está abalada. Veja as respostas do seus posts e tenha uma surpresa. Omitir-se só faz com que você se iguale a racistas. Não sou seu amigo para conversar sobre racismo, quero ações e punições", disse o atacante.

O jogador recebeu apoio de inúmeros clubes, autoridades políticas e personalidades do mundo do futebol. O técnico do Real Madrid, Carlo Ancelotti, defendeu o brasileiro ao dizer que a liga espanhola "está muito errada", além de confirmar que "nada acontece" para punir os responsáveis.

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, pediu que a Fifa e LaLiga tomem "medidas sérias". "Não podemos permitir que o fascismo e o racismo se instalem dentro dos estádios de futebol", afirmou.

Enquanto isso, o Ministério da Igualdade Racial garantiu que notificará as autoridades espanholas pelos ataques racistas contra Vini Jr. A notificação está prevista para ser enviada nesta segunda-feira (22).

Ao todo, a organização da principal divisão do Campeonato Espanhol registrou até o fim de março pelo menos nove reclamações na Justiça do país por racismo contra o brasileiro somente na atual temporada. .

Ansa - Brasil
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