Presidente do Corinthians discute com jornalistas, cita traição e diz: 'Golpe ninguém vai dar'
Augusto Melo concedeu entrevista coletiva e reconheceu dificuldades financeiras
A crise no Corinthians após a Vai de Bet rescindir o contrato de patrocínio, que era o maior do Brasil, obrigou o presidente Augusto Melo conceder uma entrevista coletiva na manha desta segunda-feira, 10, com o intuito de acalmar os ânimos, dar uma explicação para torcida e tentar evitar um processo de impeachment.
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Durante quase 2 horas, o dirigente respondeu os jornalista, chegou a subir o tom durante as respostas para Rodrigo Vessoni, do Meu Timão, e de Tiago Salazar, da TV Gazeta, citou traição e afirmou que “ninguém vai dar golpe”.
"Não vou largar o cargo. Eles vão ter que nos engolir. O Corinthians vai ser tocado de verdade a partir de agora, sem política", disse Melo, que chegou à sala de imprensa acompanhado por toda a sua diretoria e parte dos conselheiros. "Impeachment não existe. Não existe motivo para isso. Não penso nisso. Ninguém vai dar golpe aqui. Fui eleito pelo voto popular dos sócios. Terminamos uma dinastia de 16 anos que ninguém aguentava mais."
A empresa finalizou o contrato na sexta-feira de forma abrupta e unilateral após uma série de suspeitas de corrupção no repasse de parte do valor acordado. A suspeita de uma "laranja" na intermediação do acordo virou alvo de investigação por parte do Departamento de Polícia de Proteção à Cidadania (DPCC).
O presidente do Corinthians atribuiu o fim do vínculo a uma "traição" de opositores. "Foram as pessoas que não aceitam que perderam a eleição. Será que são corintianos de verdade? Será que querem o bem do Corinthians? Infelizmente, as pessoas não querem me ver no Corinthians. Estão tentando nos sufocar politicamente para termos esse problemas financeiros porque estamos resgatando o clube."
Questionado diversas vezes sobre os nomes dos traidores, Melo se esquivou. "A traição vem de onde você menos espera. No final do inquérito vocês vão saber quem são os traidores", desconversou.
Melo disse ter cometido o erro de contratar diretores por motivos políticos. Mas que já corrigiu o problema. "A gente erra, sou ser humano. Errei de colocar certas pessoas aqui dentro. Por mais que seja meu amigo, se não tem competência, não vai mais ficar aqui. Os que estão aqui hoje estão porque são competentes."
Crise com patrocinador
A rescisão de contrato com o clube ocorre após o embrolho envolvendo os pagamentos da Rede Media Social Ltda, intermediária do acordo, à Neoway Soluções Integradas em Serviços Ltda, que seria uma empresa 'laranja'de um membro da equipe de comunicação do presidente do time Augusto Melo. O CNPJ da suposta empresa laranja está em nome de Alex Fernando André, mais conhecido como Alex Cassundé. A Polícia Civil de SP investiga o caso e pediu informações sobre a intermediação do contrato de patrocínio.
Mais cedo a Vai de Bet afirmou que o fim da parceria foi tomado após surgirem dúvidas quanto a 'conduta ética' adtoada pelo clube. "A marca avalia que não se pode manter a parceria enquanto pairar sobre o acordo qualquer suspeita em relação a condutas que fujam à conformidade com a ética e os preceitos legais. Só a dúvida, no crivo ético da marca, já é suficiente para determinar a rescisão - que foi exercida pela Vai de Bet suscitando cláusulas do contrato que protegem direitos da marca nessa decisão", diz trecho da nota divulgada à imprensa. *Com informações do Estadão Conteúdo