Quatro jogadoras do River Plate são liberadas pós supostas provocações racistas no Brasil
Quatro jogadoras de futebol do River Plate, um dos principais clubes profissionais da Argentina, foram liberadas pelas autoridades brasileiras nesta sexta-feira, após serem detidas, na semana passada, por supostamente atacarem um gandula com insultos racistas.
As quatro jogadoras argentinas estavam competindo na Ladies Cup -- torneio internacional geralmente amistoso criado para promover o futebol feminino. Mais tarde, os organizadores disseram que o River Plate havia sido eliminado do torneio e suspenso de participar por dois anos.
O River Plate condenou os supostos gestos das jogadoras e disse em um comunicado que o clube estava tomando medidas disciplinares apropriadas e "continuará trabalhando para erradicar esse tipo de conduta".
A Reuters tentou entrar em contato com o advogado das atletas do River Plate, mas não obteve resposta.
O futebol brasileiro há décadas lida com questões de comportamento racista, incluindo incidentes anteriores envolvendo jogadores e torcedores da vizinha Argentina.
Na semana passada, em São Paulo, a polícia prendeu Candela Diaz, Camila Duarte, Juana Cangaro e Milagros Diaz após partida contra o Grêmio do Brasil. O clube brasileiro acusou as quatro jogadoras de fazerem comentários e gestos racistas.
A Justiça do Estado de São Paulo determinou que as jogadoras argentinas fossem liberadas, desde que permaneçam no Brasil até a conclusão das investigações sobre o incidente e se apresentem mensalmente às autoridades.
As autoridades também ordenaram que as jogadoras paguem 25.000 reais para indenizar o gandula, caso a investigação decida que eles o agrediram com insultos racistas.
Nos últimos anos, o atacante brasileiro Vinicius Jr. enfrentou racismo na Europa, e o jogador pediu às autoridades do esporte, incluindo a federação nacional de futebol da Espanha, que façam mais para punir os infratores e evitar futuros incidentes.