Quem é Carlos Alcaraz, novo fenômeno do tênis que é tido como sucessor de Rafael Nadal
Prodígio espanhol conquistou no final de semana, em Madrid, o segundo Masters 1000 da carreira e assumiu o 6º lugar do ranking da ATP aos 19 anos
Ele é espanhol, se defende como um muro, contra-ataca na velocidade da luz, é vibrante dentro de quadra e com um carisma reconhecível. À primeira vista, essa descrição serviria para destacar um perfil de Rafael Nadal. Mas ela pertence a Carlos Alcaraz, o nome da moda do tênis.
Aos 19 anos, completados na última quarta-feira, o prodígio de Múrcia escreveu mais um belo capítulo de sua curta carreira no final de semana, faturando o Masters 1000 de Madrid após derrotar Alexander Zverev, número 3 do mundo, na final e fechar um torneio onde deixou para trás Nadal, nas quartas de final, e Novak Djokovic, na semifinal, façanha então sem precedentes na história das competições no saibro.
A relação com o tênis vem de casa. Afinal de contas, seu pai, Carlos, foi um ex-jogador júnior que, na vida adulta, virou diretor de um clube de tênis em El Palmar, cidade natal de Alcaraz. Hoje, ele é treinado pelo ex-número 1 do mundo Juan Carlos Ferrero, campeão de Roland Garros em 2003, que ficou "encantado" quando viu o pupilo jogar pela primeira vez em um torneio de base. "Ali, eu percebi todo seu potencial, todo seu nível", disse Ferrero.
Great things to come from this talent in the future. Good luck in the final tomorrow @alcarazcarlos03 🎾
Muchas gracias Madrid! ❤️ @MutuaMadridOpen #MMOPEN pic.twitter.com/YHGKpVTezO
— Novak Djokovic (@DjokerNole) May 7, 2022
A inevitável semelhança com Rafa vai além do estilo de jogo. De acordo com dados estatísticos da Hawkeye, a velocidade média do forehand de Alcaraz foi de 125 km por hora, três km por hora mais rápida do que a média masculina do US Open de 2021. No backhand, a velocidade foi 5 mph mais rápida do que a média.
A explosão precoce de Alcaraz já o faz estabelecer recordes importantes no circuito. Só em 2022, Carlitos, como gosta de ser chamado, se tornou o mais jovem da história a ser cabeça de chave de um Grand Slam, quando era 32º no ranking da ATP no Australia Open, em janeiro.
Em fevereiro, ao vencer o Rio Open, sagrou-se o mais novo de todos os tempos a conquistar um torneio da categoria. Em março, tornou-se o terceiro mais jovem a vencer um Masters 1000, faturando o título em Miami, na quadra dura. Com o prêmio em Madrid, saltou para a 6ª posição do ranking.
El día menos pensado...
Unos años después Carlos Alcaraz acabó ganando a su ídolo.@alcarazcarlos03 | @ATPTour_ES | #MMOPEN pic.twitter.com/P8JF7akaMo
— #MMOPEN (@MutuaMadridOpen) May 6, 2022
- Tento não dar importância. Tento tirar essa mochila carregada de pressão que me colocam. Sempre digo que quero crescer por fazer as coisas bem. Nós (Alcaraz e Nadal) já nos encontramos, pergunto coisas a ele, temos boa relação. E é bom ter uma relação com seu ídolo - respondeu, em entrevista ao Globo em fevereiro, sobre as comparações com Nadal.
Com cinco títulos na carreira, Alcaraz mira o topo do ranking da ATP. Após a final de domingo, Zverev não hesitou em afirmar que o espanhol já é o melhor do mundo. Carlitos evita os rótulos e diz que ainda falta muito caminho.
Nas casas de apostas, o momento de ouro de Alcaraz o coloca como segundo favorito a vencer Roland Garros. Só Nadal, 13 vezes campeão do major de Paris, aparece na frente. Diante de uma trajetória já cheia de feitos, embora prematura, como não acreditar que a história possa ser escrita nas quadras de Philippe Chatrier?
- Agora tenho que descansar, me recuperar das dores no tornozelo e estar 100% para Paris. Tenho que melhorar tudo. Olha o Nadal, o Djokovic e o Federer: todos eles buscam melhorar sempre. É isso eu quero.