Renato muda postura e Geral do Grêmio nega perseguição a quem vaiar o técnico

Além de um jogo apático do time do Grêmio, na derrota para o Palmeiras, na sexta-feira, chamou a atenção a postura mais moderada do técnico Renato. Antes com discussões com jornalistas, dessa vez, usou um tom leve, respondendo as perguntas sem se exaltar. Em mais de uma resposta, Renato disse concordar com a ideia transmitida pelo repórter durante a pergunta. Exatamente o oposto do que se tornou corriqueiro em manifestações do técnico, especialmente em resultados ruins do Grêmio, onde nunca admitia um erro.

Não é difícil encontrar falas do comandante gremista confrontando a imprensa, como quando se referiu a alguém como "débil mental", sem citar nome, ou perguntou se o repórter queria ir para o lugar dele. O tom egocêntrico de Renato volta e meia aparece. " Eu sou muito bom", disse ele mais de uma vez, além de puxar o currículo como justificativa, mesmo com a atual temporada do Grêmio de muita oscilação.

Desta forma, o discurso mais comedido é notável. O tom de voz mais calmo, a concordância com jornalistas, tudo fora do "script" que Renato tem reproduzido, principalmente após o episódio da enchente no Rio Grande do Sul.

" Reconheço, exagerei em algumas entrevistas. Mas ao mesmo tempo, se coloque no meu lugar. Você não tem noção do que eu passo e o que eu mato no peito dentro do clube. Chega uma hora que eu vejo muitas vezes, não são todas, mas um ou outro falando besteira. Aí é o momento de descarregar. Estou errado, mas é o momento de descarregar. Você não tem noção do que eu faço nesse clube", disse Renato.

Todos esse acontecimentos de arrogância e imposição de superioridade geraram um clima ruim para o técnico gremista com a torcida. Rumores de manifestações mais fortes contra o técnico, geraram boatos sobre algumas perseguições aos torcedores que agissem dessa forma. Em algumas respostas pelas redes sociais, de fato parecia que existiria a represália, mas a Geral do Grêmio, maior torcida organizada do clube, publicou uma nota nas redes sociais neste domingo na qual nega ameaças a quem se manifestar contra o técnico Renato Portaluppi no próximo jogo na Arena.

A partida em questão será contra o Juventude, com contornos de decisão, em briga direta contra o rebaixamento no dia 20. Com a repercussão, a Geral do Grêmio se adiantou para afirmar que "seus integrantes não fazem parte de qualquer iniciativa desta natureza". A organizada reforça a contrariedade a atos de violência e promete apoiar do início ao fim (leia a nota completa no fim do texto).

Confira a íntegra da nota da Geral do Grêmio

" Diante de relatos que circulam nas redes sociais de que torcidas organizadas estariam ameaçando torcedores que pretendem se manifestar contra o técnico Renato Portaluppi no próximo jogo na Arena, a Geral do Grêmio esclarece que seus integrantes não fazem parte de qualquer iniciativa desta natureza.

Independentemente da veracidade desses relatos, lamentamos que, em um momento de decisão do campeonato, tenhamos que conviver com episódios que não contribuem para criar um clima positivo para o time. A Geral do Grêmio aproveita para reafirmar o repúdio a atos de violência e reforça que, no próximo jogo (como todos os outros), estará apoiando e alentando até o fim, sempre pelas três cores."

O Grêmio estacionou nos 39 pontos e caiu para a 12ª colocação da Série A. Tem dois pontos de vantagem sobre o Juventude, 16º e primeira equipe fora da zona de rebaixamento. O confronto entre os gaúchos ocorre pela 34ª rodada no próximo dia 20, às 19h, na Arena.