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Aranha diz ter dó de torcedora e enfrenta racismo com rap

31 ago 2014 - 23h13
(atualizado em 1/9/2014 às 09h24)
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Em mais uma entrevista sobre os atos racistas sofridos na partida entre Grêmio e Santos na última quinta-feira, o goleiro santista Aranha disse ao Fantástico, da Rede Globo, que tem dó da gremista flagrada gritando macaco em sua direção.

“Como ser humano e pelas consequências”, disse sobre a torcedora que deve prestar depoimento nesta segunda-feira e responderá por crime de injúria racial. Ela já perdeu o emprego e pode pegar até três anos de prisão pelo ato. Aranha espera que, no mínimo, ela não pise mais em um estádio de futebol.

<p>Torcedora que gritou macaco foi atacada nas redes sociais</p>
Torcedora que gritou macaco foi atacada nas redes sociais
Foto: Instagram / Reprodução

"Essa mocinha aí, nunca mais pisa na Arena. Porque outras pessoas vão falar 'se eu tomar uma atitude dessas, se eu for flagrado, eu nunca mais vou acompanhar o time que eu gosto' (...) Eu acho que a principal punição tem que ser essa, da pessoa nunca mais pisar no estádio, em um lugar público, porque ela me xingou ali, mas tinha vários outros negros ali", completou o goleiro, que lavrou um BO na sexta-feira.

A Polícia de Porto Alegre disse que espera o depoimento de outro suspeito identificado. Segundo Aranha, houve o temor até de que os torcedores invadissem o gramado e as pessoas ao seu lado poderiam ter agido.

“Sempre quando acontece de acontece briga no estádio, esse negócio de racismo, de vandalismo, aí a gente costuma dizer, os clubes e todo mundo costuma dizer, ‘não são torcedores, é a minoria’. Mas a minoria manda? Se tinha duas mil pessoas ali atrás e cinco estavam tomando essa atitude, por que as outras pessoas não cobraram delas uma postura melhor?, questionou.

A situação no futebol, no entanto, faz parte da vida de Aranha. Segundo ele, lidar com o preconceito infelizmente virou uma marca em sua vida. “Eu sei que muitas vezes não sou aceito, mas tolerado. Porque sou o goleiro do Santos, bicampeão mundial. E porque eu tenho um carro bonito, porque eu compro isso, eu compro aquilo. Então muitas vezes eu sou tolerado, não sou aceito. Eu já morei em prédios, minha família está de testemunha, que não me davam nem bom dia", disse.

Para enfrentar tais situações, Aranha se apega à família e às músicas de rap. “Eu tive a felicidade de aprender muito com o rap. É um pessoal bem informado, sobre política, religião, sobre a história do seu país. Como na periferia a gente ouve muito isso, porque é aquilo que está na nossa realidade, eu cresci preparado para esse tipo de situação", completou.

Fonte: Terra
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