CBF silencia sobre suspeitas em arbitragens da Libertadores
O mais recente escândalo no esporte mundial veio a público há três dias, com a divulgação de gravações do ex-presidente da federação de futebol da Argentina, Julio Grondona, que deu a entender que um jogo do Santos, ainda de Pelé, em 1964, e outro, do Corinthians, em 2013, tiveram influência da arbitragem no resultado. Nas duas situações, os times brasileiros perderam para equipes argentinas e foram eliminadas da Libertadores. Apesar da gravidade das denúncias, a CBF não se manifestou. Em seu site oficial, a entidade ignorou o assunto.
O Terra entrou em contato há dois dias com a diretoria de Comunicação da CBF a fim de saber a posição da entidade sobre o escândalo que atinge dois grandes clubes do futebol brasileiro. A resposta veio apenas 52h depois, com um pedido oficial à Conmebol de apuração do caso.
A CBF vive em clima de tensão desde que seu vice-presidente José Maria Marin foi preso no final de maio, em Zurique, com outros dirigentes de futebol, acusado de corrupção. Com as investigações do FBI, da polícia da Suíça e agora da Polícia Federal brasileira ainda em curso, o ex-aliado de Marin e atual presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, preferiu não acompanhar a Seleção na Copa América, no Chile.
De acordo com as gravações obtidas pela emissora de TV América, da Argentina, o Santos perdeu para o Independiente na semifinal da Libertadores de 1964 em razão de uma atuação deliberada da arbitragem. Já em maio de 2013, o mesmo ocorreu com o Corinthians, que parou nas oitavas de final da competição, após dois confrontos com o Boca Juniors. Pelo menos é isso que sinaliza Julio Grondona, que morreu em 2014, ao comentar a escalação do árbitro Carlos Amarilla. "O reforço mais importante do Boca no último ano foi Amarilla".
Corinthians e Boca Juniors empataram por 1 a 1 no dia 15 de maio de 2013, no Pacaembu, pela volta das oitavas de final da Libertadores. Tal resultado eliminou os brasileiros da competição. Amarilla foi muito criticado por jogadores e dirigentes do Timão na época. O árbitro paraguaio, entre outros lances, anulou dois gols da equipe alvinegra, além de não ter marcado duas penalidades.