Dívida com Muricy bloqueia premiação e amplia crise salarial
O Santos recebeu nesta terça-feira uma informação desanimadora. O clube não poderá utilizar a premiação destinada ao finalista do Campeonato Paulista (R$ 3 milhões para o campeão e R$ 1 milhão para o vice) para amortizar a dívida salarial com o elenco. A Justiça de São Paulo determinou que a verba seja encaminhada pela Federação Paulista de Futebol (FPF) para saldar a dívida com o ex-técnico Muricy Ramalho, de cerca de R$ 1,3 milhão, remanescentes dos R$ 2 milhões referentes à rescisão contratual, em maio de 2013.
O departamento jurídico do Santos diz não ter sido notificado oficialmente e ainda não sinalizou o que deverá fazer.
A derrota judicial prejudica, e muito, a situação santista nos bastidores. O clube regularizou a situação dos salários registrados em CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas), mas não pagou nenhum dos quatro meses do ano com relação aos direitos de imagem, principal fatia dos ganhos dos jogadores.
A dívida chega até a oito meses com alguns dos principais jogadores, incluindo os que já deixaram o clube como o atacante Thiago Ribeiro e o centroavante Leandro Damião. A ideia do Santos era usar a premiação e a arrecadação com bilheteria, estima-se que cerca de 1,5 milhão, para saldar um pouco da dívida salarial.
Recentemente, a Justiça determinou o bloqueio de R$ 2,5 milhões dos cofres do clube devido ao não pagamento de comissão ao agente Vinícius Prates na polêmica compra de Leandro Damião junto ao Internacional, em janeiro do último ano, por R$ 42 milhões, financiada pelo grupo maltês Doyen Sports.
Essa não é a primeira derrota para o treinador nos tribunais. O Santos no início de março perdeu em uma das varas trabalhistas da cidade. Na ocasião, o juiz determinou prazo para quitar a pendência financeira com o treinador em três dias. O departamento jurídico do clube indicou o CT Meninos da Vila, destinado as categorias de base, como objeto de penhora do caso.
Muricy é só um dos técnicos que o Santos tem a pagar, já que ainda deve a Oswaldo de Oliveira, que trabalhou no clube no primeiro semestre do último ano, e Enderson Moreira, último demitido.