Fisiologistas do Santos explicam como tecnologia do GPS tem ajudado Bustos a tomar decisões
Treinador tem usado dados para individualizar treinos e fazer substituições
As substituições dos atacantes Léo Baptistão e Marcos Leonardo na partida contra o Palmeiras, e a ausência do volante Sandry na vitória sobre o Juventude na última terça-feira geraram muita indignação por parte da torcida do Santos. Na coletiva após o clássico contra o Alviverde, o técnico Fábian Bustos explicou as trocas citando o GPS, instrumento que marca e rastreia a informação do físico dos jogadores.
- A substituição é porque Marcos Leonardo não estava correndo. Temos um GPS que marca. Se não está correndo, não se pode ganhar na atualidade. O Palmeiras é uma equipe com intensidade superior a todos os times, vem conseguindo mais coisas no futebol brasileiro - afirmou Bustos.
Para entender como a tecnologia do GPS é usada no Santos, o LANCE!/DIÁRIO DO PEIXE conversou com os fisiologistas responsáveis pelo time masculino profissional são Marcelo Takayama e Guilherme Coimbra.
- GPS é um sistema de rastreamento de desempenho colocado num colete que monitora todos os aspectos dos jogadores, fornecendo informações precisas como distância percorrida, número de sprints, acelerações e desacelerações, distância em sprints, número de salto, entre outros. Tal sistema permite quantificar as sessões de treinamento e monitorar a carga de cada atleta para evitar lesões, ajudar no processo de retorno de lesão e individualizar trabalhos. Para isso, nós fazemos captações de dados em tempo real durante todos o treinos e jogos, além de geral relatórios diários do grupo e individuais - explica Marcelo.
Os fisiologistas revelaram o atleta do elenco que mais corre durante dos jogos e qual é a média percorrida pela equipe.
- Atualmente, Lucas pires é o atleta que mais corre durante os jogos, próximo dos 11 quilômetros em 90 min. A média de distância percorrida varia por posições, mas nossas métricas são bastante altas e ficam próximas aos 10 quilômetros por atletas - revela.
Marcelo e Guilherme contam para quem os dados do GPS são passados e quais mudanças são feitas com base na tecnologia.
- Todos os dados captados pela equipe de fisiologia são passados ao staff do Santos (médicos, fisioterapeutas, preparados físicos, nutricionistas e psicóloga), além da comissão técnica principal, para assim elaborarmos estratégias através junção de diferentes áreas do conhecimento com o intuito de individualizar e melhorar a performance individual ou do grupo de uma maneira eficiente e completa - conta o fisiologista.
- Todo planejamento e controle das métricas do treinamento é realizado com base nos dados fornecido pelo GPS. Cada atleta possui o que chamamos de Carga Crônica (uma média do acumulo de treinamento semanal das últimas 4 semanas) e com base nisso estipulamos os objetivos individuais de cada atleta nas sessões diárias e semanais. Portanto, por conta deste banco de dados e conhecimento das características individuais do atleta é possível ajustar os detalhes para que a demanda dos treinamentos sejam o suficiente para condicionar o atleta sem que ele corra risco de treinar muito além de sua capacidade e assim assumir um risco de lesão ou treinar pouco perdendo condicionamento físico ao longo da temporada - esclarece ao LANCE!/DIÁRIO.
Os fisiologistas analisaram a importância da tecnologia como parceria no futebol e citaram mais ferramentas utilizadas pelo Santos.
- Santos recentemente investiu bastante em equipamentos e tecnologias para análise tática, estratégias de reabilitação e desempenho. Mas quando falamos em fisiologia, hoje possuímos termografia, analisador de CK, GPS e controle de bem estar. A interpretação dos dados fornecidos por estes equipamentos nos auxiliam nas tomadas de decisões diárias a respeito das condições físicas dos atletas - acrescenta.