Guarujá contrasta com Santos e destina R$ 17 mi por Bósnia

As cidades de Santos e Guarujá trabalham para receber três das 32 seleções que disputam a Copa do Mundo em contrastes de organizações. Enquanto Santos precisou de poucas adequações para hospedar México e Costa Rica, a cidade vizinha corre contra o tempo e investirá, provavelmente, cerca de R$ 17 milhões para atender a demanda da estreante Bósnia e Herzegovina. As obras no Estádio Municipal Antonio Fernandes, local selecionado para os treinamentos, estão atrasadas.

Santos pronta

Notícias relacionadas

Neymar compra cobertura de projeto exclusivo por quase R$ 315 milhões em Dubai

Santos anuncia saída de Fábio Carille após o título da Série B

Neymar chega a acordo para voltar ao Santos

A estruturação de Santos como subsede passou pela criação de um comitê criado, exclusivamente, para a Copa do Mundo, que conta com 27 núcleos que cuidam de segurança, saúde, mobilidade e outros elementos. A prefeitura local ainda adequará a Arena Santos, ginásio municipal da cidade, como um centro de mídia para receber os mais de 500 jornalistas esperados e montará na praia do Gonzaga, em uma das principais referências da cidade, base montada 24 horas com atendentes trilíngues para auxiliar os turistas.

"Estamos prevendo que possamos ter até 20 mil turistas, então há uma série de ações. Na área de saúde, por exemplo, estamos ministrando inglês e espanhol aos atendentes do pronto-socorro. Iremos, também, vacinar funcionários nos shoppings, hotéis e restaurantes envolvidos. Recentemente, pudemos também testar a nossa segurança em um jogo amistoso entre a Seleção Brasileira e o México Sub-23", explicou Luiz Dias Guimarães, secretário de turismo e coordenador geral do Comitê.

"Não precisamos de grandes investimentos pois os locais de treinamento, onde as seleções estarão, já existiam. Então, não houve a necessidade de grandes recursos", completou.

A cidade recebeu no mês passado a última visita das comitivas das seleções que utilizarão a estrutura. O México treinará no CT Rei Pelé e ficará no Hotel Parque Balneário, no Gonzaga. A Costa Rica, por sua vez, fará os seus treinos na Vila Belmiro e se hospedará no Mendes Plaza, um dos mais utilizados pelos adversários do Santos.

O compromisso para a utilização da infraestrutura no período de Copa também encaminhou acordos políticos. O prefeito de Santos, Paulo Alexandre Barbosa, anunciou intercâmbios entre duas universidades locais com outras quatro dos respectivos países nas cidades de Veracruz, no México, e Alajuela, na Costa Rica.

"Precisamos lembrar que não receberemos só mexicanos e costarriquenhos, pois teremos a abertura do Museu Pelé uma semana antes (do início da Copa). Abrigaremos turistas do mundo todo, com certeza", argumentou Dias. Políticos da cidade estiveram, na última semana, em viagem aos países.

Guarujá em preparativos

A cidade de Guarujá, por sua vez, foi a escolhida pela seleção estreante em Copas e criou estrutura similar a Santos para o "turismo intenso" que aguarda para o período. A organização passou, também, pela constituição de um comitê local, além de uma aliança com Santos para suprir eventuais necessidades em hospitais e outros departamentos. A grande preocupação é a conclusão das obras no estádio municipal.

Na última visita da comitiva bósnia notou-se as obras ainda em andamento, justificadas pela prefeita Maria Antonieta de Brito como "75% concluídas". A cidade prometeu entregá-las até o próximo dia 31, mas está atrasada.

"Estamos trabalhando para terminar a reforma do estádio que tem uma quantidade grande de trabalhadores. Nossa ideia é essa, que no fim de março terminemos toda a reforma. A partir de abril vamos ter a parte de fisioterapia e musculação. Não é uma reforma estrutural, é de modernização do estádio. Fizemos adequações que vão desde a sala de imprensa até a grama para atender as exigências da Fifa", disse Eunice Leão Grotzinger, secretária adjunta de turismo e coordenadora do Projeto Guarujá Fifa 2014.

As obras, no entanto, estão atrasadas pelo menos 20 dias de acordo com o também secretário de infraestrutura e obras Ademar Pozzani na última visita da comitiva bósnia.

“A gente vai até o final de abril (com as obras). Nós estamos cerca de 20 dias atrasados. Nós tivemos um período de secas, que os funcionários não conseguiam trabalhar direito por causa do calor. Em seguida, começaram as chuvas, que impediu que a gente mexesse no gramado", explicou Pozzani.

Eunice garantiu que a cidade tem mandado relatórios periódicos à federação da Bósnia, sempre com arquivos fotográficos, e recebido compreensão. Para a obra, a cidade trabalha com duas verbas: "uma do DADE (Departamento de Apoio ao Desenvolvimento de Estâncias), que recebemos R$ 8 milhões para as obras do estádio e mais R$ 4,5 milhões para o entorno. Também trabalhamos com mais R$ 4,5 milhões do ministério do Esporte para a estrutura das salas de fisioterapia e musculação", afirmou a coordenadora do projeto. "Não estamos levantando um elefante branco", ressaltou. Até então, cerca de R$ 6 milhões já foram gastos.

A Bósnia ficará hospedada no Hotel Casagrande, a cerca de 12 minutos do estádio, e não realizou nenhum grande pedido específico a sua subsede. "Eles são mais sérios, não querem muita festa", explicou Eunice.

A reportagem do Terra tentou ouvir os hotéis envolvidos para saber mais sobre o planejamento para as seleções no período, mas não obteve resposta, assim como do Santos Futebol Clube. A assessoria do clube afirmou que teria uma reunião na prefeitura para acertar os últimos detalhes e que incumbiria alguém para falar oficialmente sobre a sua participação há quase um mês, mas não deu nova posição.