Material mostra que Rollo, ex-presidente do Santos, está envolvido em esquema de devolução de drogas
Um vasto conteúdo de áudios e vídeos revelou que Orlando Rollo, ex-presidente do Santos e investigador da Polícia Civil, está envolvido no tráfico de drogas e crimes contra administração pública. O ex-dirigente está detido, em operação Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), desde 18 de novembro.
A TV Tribuna e o g1 tiveram acesso à denúncia de Rollo e de outros quatro policiais civis. A história teria começado dia 6 de agosto, de acordo com o Gaeco. O Ministério Público declarou, após a troca de mensagens, um esquema de pagamento de propina para investigadores da Polícia Civil.
No material, é possível ver o ex-presidente do Santos conversando com João Armôa Neto, advogado de Vinycius Soares da Costa. O cidadão é conhecido como o fiel amigo de André Oliveira Macedo (André do Rap), um dos criminosos mais procurados no mundo.
"Eu tenho total interesse em me reunir contigo o quanto antes, até porque eu preciso agilizar o meu trabalho. O problema é que a Receita Federal foi acionada por causa do contêiner e só tem nós para fazer esse trabalho de apoio", disse Rollo ao Armôa.
O Gaeco informou que Orlando e três policiais receberam uma denúncia que uma grande quantidade de cocaína seria repassada de um caminhão para outro no início de agosto. Foi então que decidiram desviar boa parte da carga.
A partir deste momento, Armôa e Vinycius começaram a conversar sobre a negociação e devolução da cocaína. Segundo promotores do Gaeco, uma reunião aconteceu, mas o braço direito de André do Rap queria pagar apenas R$ 3 milhões. No entanto, de acordo com o Ministério Público, uma oferta de R$ 4 milhões foi aceita posteriormente.
Apesar das conversas sobre a operação, a logística não aconteceu. Vinycius foi preso dia 8 de agosto e Armôa um mês depois. Orlando Rollo e os outros três policiais foram encontrados dia 18 de novembro e detidos.
Rollo foi eleito vice-presidente do Santos em 2017, na chapa de José Carlos Peres. Ele assumiu a presidência do clube em 2020, após impeachment, e permaneceu por apenas três meses na posição.
Em dezembro do mesmo ano, deixou o cargo depois de Andres Rueda, que preside o Peixe atualmente, ganhar as eleições.