Santos apresenta déficit no 2º trimestre de 2023 e tem dívida de quase R$ 24 milhões com Rueda
As contas do Santos seguem preocupando o Conselho Fiscal do clube. O Peixe apresentou um déficit de R$ 10.256.212,00 no segundo trimestre de 2023, conforme apresentado no balancete contábil trimestral, obtido pela Gazeta Esportiva. A previsão era de um déficit de R$ 6.370.546,00, ou seja, uma diferença nominal negativa de R$ 3.885.666,00.
O Alvinegro Praiano encerrou junho com uma dívida total de R$ 698,8 milhões, sendo R$ 361,6 mi a curto prazo e R$ 337,2 mi a longo. Em contrapartida, a equipe tem a receber R$ 283,3 mi, sendo R$ 94,5 mi a curto prazo e R$ 188,7 mi a longo.
Desta forma, o patrimônio líquido do Santos é negativo de R$ 415,470 milhões, contra o valor de - R$ 404 mi no final de 2022 (ambos em situação de passivo a descoberto).
DÍVIDA COM RUEDA
O Santos ainda deve cerca de R$ 23.851.883,72, conforme toda correção tributária, ao presidente Andres Rueda, que encerra o seu mandato no final deste ano.
O mandatário ajudou, em 2020, a quitar uma condenação na Fifa movida pelo Hamburgo, da Alemanha, referente a negociação do zagueiro Cleber Reis.
Na época, Rueda, que ainda era candidato à presidência do Peixe, emprestou cerca de R$ 16 milhões ao clube. Desde então, o valor é atualizado mensalmente pela taxa Selic e contempla as devidas correções referente 5% multa e juros de 1 % ao mês.
AVALIAÇÃO DO CONSELHO
O Conselho Fiscal do Santos demonstrou preocupação com a situação financeira. O órgão alegou que o clube está gastando mais do que arrecada e destacou que o déficit do trimestre só não foi maior devido a uma vitória em uma antiga ação movida contra o Fisco Nacional, na ordem de R$ 44 milhões.
A entidade ainda pediu uma mudança de postura em relação às movimentações do Peixe no mercado da bola. A ideia é implementar exigências de performance esportiva em contratos com executivos de futebol, comissões técnicas e jogadores. Assim, caso os contratados não atinjam determinados números, os vínculos podem ser rescindidos sem pagamentos de multas ou indenizações.
Além disso, o Conselho Fiscal questiona o alto números de atletas contratados, "alguns de capacidade duvidosa". A sugestão é imitar o "modelo utilizado pelos clubes de maior sucesso no mundo", ou seja, trazer menos reforços, mas de melhor qualidade e custos um pouco maiores.
"A falta de sucesso em nossa atividade fim, o futebol, resulta em nossa retração no cenário nacional. Enquanto não tratarmos gasto com futebol como investimento, vamos nos retrair de forma sistêmica, fazendo com que cada vez mais a visibilidade no cenário futebolístico nacional e internacional se reduza e caiam nossas receitas", pontuou o CF.
Por fim, o órgão reclamou da venda de algumas joias do clube, como ngelo e Deivid Washington. Cada um dos atacantes foi vendido por 15 milhões de euros, ambos para o Chelsea, da Inglaterra.
"Estamos com o valor de folha de pagamento comprometida para o próximo ano, os superávits obtidos em 2021 e 2022 e possivelmente o que será obtido em 2023 foi decorrente da venda, queima de estoque de nossas promessas, que ajudaram a reduzir a dívida, porém as vendas ocorreram da forma que o comprador conhecendo nossa fragilidade e necessidade pagou o que quis, foi nítido que nossos rivais negociaram suas promessas por valores superiores aos nossos", finalizou o Conselho Fiscal.