Santos paga dois meses de salários atrasados e alivia crise
O Santos informou que realizou nesta terça-feira o pagamento de dois meses de salários atrasados, referentes a outubro e novembro, aliviando um pouco a crise interna no clube. A promessa inicial do novo presidente do clube, Modesto Roma Júnior, era de acertar já na sexta os mesmos, o que não ocorreu e levou ao agravamento da situação com uma série de ações trabalhistas dos principais jogadores do elenco.
Modesto utilizou o primeiro dia de trabalhos dos jogadores na temporada, no CT Rei Pelé, para apaziguar os ânimos. O mandatário se reuniu com os atletas para dar justificativas sobre os atrasados.
O dirigente ainda negociou com os líderes do elenco. Pediu três meses para conseguir quitar o restante da dívida: o salário de dezembro, o 13º salário e férias. Além disso, prometeu pagar sempre em dia ao longo dos seus três anos de gestão.
Nesta terça, foi a vez do centroavante Leandro Damião acionar judicialmente o clube. Emprestado ao Cruzeiro, o ex-camisa 9 é o quarto jogador que atuou na última temporada a entrar com um processo trabalhista contra o clube, seguindo as medidas já adotadas pelo volante Arouca, o lateral esquerdo Eugenio Mena e o goleiro Aranha.
O novo Santos busca enxugar a folha salarial em meio a pior crise financeira de sua história recente. O processo que já contou com a não renovação contratual com uma série nomes do elenco que terminou o ano, além de empréstimos e cessões de atletas.
O técnico Enderson Moreira pode perder mais atletas, como o volante Alison, que já teve todo o percentual de direitos econômicos presos ao clube vendidos pelo Banco BMG e é desejado pelo Inter, o meia Lucas Lima, que tem propostas do exterior para sair, e o zagueiro Edu Dracena. Com relação a Dracena, a diretoria explicou estar "conversando sobre acertos contratuais". Desses, todos são titulares.
O novo homem forte do futebol, o diretor executivo Dagoberto Fernando dos Santos, já avisou em seu discurso inicial que o clube não fará loucuras para trazer jogadores devido a atual crise financeira, que confessou, inclusive, estar atrapalhando nas negociações.
Até então, o Santos só acertou o empréstimo do meia Chiquinho, que atuou pelo Fluminense no último Campeonato Brasileiro, além do centroavante Ricardo Oliveira e Elano, que chegam com ganhos baixos e contratos de risco.
O clube busca recursos pegar as dívidas deixadas pela gestão anterior, a principal delas a extensão do acordo com a Huawei, empresa chinesa que patrocinou o espaço máster da camisa nos últimos jogos de 2014. O Terra noticiou que para conseguir a liberação imediata do adiantamento de R$ 6 milhões no valor total que lhe foi oferecido, de R$ 18 milhões, o clube propôs um desconto a empresa. A ideia é um abatimento de 20% no montante (R$ 3,6 milhões).