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Santos repudia conselheiro após áudio vazado com tom racista

18 abr 2019 - 13h28
(atualizado às 13h28)
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O Santos emitiu uma nota oficial nesta quinta-feira para repudiar o conselheiro Adilson Durante Filho, conhecido como Adilsinho. Ele foi diretor do Peixe na última década.

Um áudio de teor racista do conselheiro vazou nesta quinta-feira. A gravação ocorreu há cerca de três anos, em grupo da antiga "DNA Santista". Adilson, secretário-adjunto de Turismo de Santos, fala que pardos e mulatos não têm caráter.

"Sempre que tiver um pardo…O pardo o que que é? Não é aquele negão, mas também não é o branquinho. É o moreninho da cor dele. Esses caras, você tem que desconfiar de todos que você conhecer. Essa cor é uma mistura de uma raça que não tem caráter. É verdade (…) É verdade, isso é estudo. Todo pardo, mulato, tu tem que tomar cuidado. Não mulato tipo o P…(membro do grupo). O P… é tipo para índio, tipo chileno, essas porr*. To dizendo um mulato brasileiro. Os pardos brasileiros. São todos mau-caráter. Não tem um que não seja", diz áudio de quase um minuto.

O Santos Futebol Clube tem na sua trajetória a marca de ter sido, nos anos 60, um dos símbolos mais fortes, em nível mundial, do combate ao racismo, ainda engatinhando naquela época, mas que se fortalecia. O time mágico de Pelé, Pepe, Coutinho, Zito e tantos outros gênios do futebol espalhou aquela maravilhosa imagem de brancos e negros se abraçando para comemorar gols que encantavam o mundo. Até hoje mantemos acesa essa tradição. Assim, é muito triste que tantas décadas depois tenhamos de vir a público reafirmar nosso absoluto repúdio a qualquer forma de discriminação e racismo. Temos orgulho da nossa história construída em 107 anos de existência por ídolos negros, pardos, brancos e seres humanos de todas as etnias. Brasileiros, somos produto da miscigenação. Santistas, vamos continuar lutando pela paz do nosso branco e pela nobreza do nosso preto, cores eternamente entrelaçadas em nossa história.", afirmou o Santos.

Adilson Durante admitiu a autoria do áudio e pediu desculpa por meio de nota. 

"Com relação a um antigo áudio de alguns anos atrás que circula nas mídias sociais, de minha autoria, gostaria de expor que, em um momento de infelicidade e levado pela emoção, em decorrência de um fato que muito me abalou, acabei me expressando de forma absolutamente diversa das minhas crenças e modo de agir. Jamais tive a intenção de atingir quem quer que seja, até porque assim me manifestei em um pequeno grupo de supostos amigos de WhatsApp. Consigno que não tenho qualquer preconceito em razão de cor, raça ou credo, pois minha criação não me permitiria ser diferente. Peço, humildemente, desculpas a todos que se sentiram ofendidos, e expresso, por meio deste comunicado, meu mais profundo arrependimento quanto às palavras genericamente proferidas", disse o Conselheiro.

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