Opositor, Marco Aurélio abandona "unção" e define Juvenal: "excelente"
Demissionário no início de 2011, o ex-superintendente de futebol Marco Aurélio Cunha articula, especialmente nos últimos meses, a candidatura à presidência do São Paulo. Ele foi dirigente sob a administração de Juvenal Juvêncio, a quem pretende substituir em abril do próximo ano. Em entrevista exclusiva ao Terra nesta terça-feira, Marco fez um paralelo interessante sobre a situação. Hoje, o grupo espera a indicação de Juvenal sobre quem será candidato.
"O Julio Casares (do marketing) tem pretensões políticas. Todos esperam ser ungidos. Será que o Roberto Natel será ungido? O Julio Casares? O João Paulo de Jesus Lopes? O Leco? "Todos esperam a unção", declarou Marco Aurélio Cunha. Segundo ele, esse clima de disputa dentro da situação são-paulina pode trazer agravos futuros. "Todos esperando muito será complicado para o São Paulo. Não queremos inimizades, queremos o São Paulo mais forte. Vamos apresentar nossa posição de mudanças e de forma elegante, porque não faço com os outros o que fazem comigo", comparou. O ex-dirigente e ainda médico e também vereador se disse "super atacado em todos os níveis nas últimas duas semanas".
Marco Aurélio, em outro momento, fez elogios a Juvenal Juvêncio, embora obviamente tenha feito discordâncias sobre suas decisões nos últimos dois anos. "Acho as críticas exageradas. Se coloca de uma forma passional e pejorativa. Ele foi excelente para o São Paulo", disse o pré-candidato. Ao longo de uma hora de entrevista, se manteve sereno mesmo com tom crítico.
"A segunda chapa é para discutir o São Paulo. Sou acusado de antecipar processo eleitoral a prejuízo do clube. Colocávamos que o futebol estava mal dirigido, é autoexplicativo. Uma atuação tão negativa é inédita. Agora o clube sai dessa situação com mudanças, e isso era pregado para abril", apontou. Marco Aurélio elogiou a contratação de Paulo Autuori e também de Gustavo Oliveira, novo superintendente de futebol.
"Temos pessoas (na oposição) com coragem de ser divergentes positivamente apresentando coisas para o clube crescer. O debate é fundamental. A segunda via será de um São Paulo só. Ninguém é opositor com faca na mão. É abraçar o clube de forma generosa e não ter grandes divergências", resumiu.