São Paulo descarta 'loucuras' para tirar Marinho do Flamengo e promete buscar outras opções
Em sorteio da Copa do Brasil, diretor Carlos Belmonte ponderou: 'Se não der certo, seguimos nosso caminho'
O diretor de futebol do São Paulo, Carlos Belmonte, disse nesta terça-feira (6), durante o sorteio das quartas de final da Copa do Brasil, que o clube do Morumbi não fará loucuras financeiras para contratar o ponta Marinho, que continua afastado no Flamengo à espera de uma negociação para deixar o clube carioca.
Segundo o dirigente, as peças foram colocadas na mesa. E agora cabe ao jogador definir se pensa de fato o seu futuro atuando no Morumbi.
- Marinho é um grande jogador, mas, obviamente, é um tramite difícil. Conversamos com o Flamengo, com o Marinho, mas não tem nada certo. O São Paulo tem sua condição financeira, seu orçamento, e seguirá seu orçamento. Se for possível em algum momento ter um grande jogador como o Marinho, muito bem. Antes de conversar com o Marinho conversamos com o Flamengo. Se der certo, ótimo. Se não der certo, seguimos nosso caminho buscando outros atletas.
Conforme o LANCE! revelou, com sondagens do futebol árabe, o Marinho respondeu a proposta de contrato feito pelo São Paulo. Mas apesar do jogador de 33 anos ter topado diminuir o salário atual de quase R$ 800 mil que recebe no Flamengo, o valor ofertado ainda é bem maior que o oferecido inicialmente pelo Tricolor.
Não é o único empecilho para o clube do Morumbi. Segundo apurado pelo L!, o São Paulo teria proposto a Marinho um vínculo até o final do ano que vem. Mas, através de seu estafe, o jogador enfatizou que os planos são de assinar um contrato pelo menos até o meio de 2025.
Marinho pediu aproximadamente R$ 650 mil mensais para defender o São Paulo. O valor fica abaixo somente do ordenado ganho por Calleri, o topo da folha salarial do atual elenco tricolor. E tem quase o dobro do que o Tricolor se propôs a pagar.
- Tem uma perspectiva em cima do jogador, não tem o interesse nenhum de prejudicar o jogador, mas o Flamengo não pode ser prejudicado. A gente quer equacionar isso e tenho certeza que, apertando um pouquinho dali, um esforço maior daqui… só que o esforço tem que ser dos três, do Fla, do São Paulo e do Marinho. Não tem que ter esforço de dois - destacou o vice de futebol rubro-negro, Marcos Braz.
Mesmo um acerto parecendo longe, pelo lado são-paulino há otimismo. Principalmente pelo fato de o ponta ter se mostrado flexível para receber menos. E também pelo bom relacionamento dele com o técnico Dorival Júnior, que vem ajudando a diretoria nos esforços para convencê-lo.
Ainda assim, não significa que o Tricolor seja o único na disputa pelo experiente jogador, já que depende de quanto os árabes se mostrarão dispostos a gastar. E se de fato Marinho tem o interesse de seguir atuando no Brasil. Caso a coisa se transforme em um leilão, o clube paulista indica que desistirá da negociação.
SAIBA MAIS
Conforme o L! apurou, os representantes do atleta teriam ouvido dos cartolas tricolores que não haveria problemas dele se apresentar agora e ficar apenas treinando até que pudesse estrear, na reabertura da janela de transferências, em 3 de julho.
Diferente de Alexandre Pato, que foi apresentado oficialmente pelo clube paulista nesta terça e poderá ser inscrito imediatamente pelo Tricolor por estar desempregado, Marinho chegaria ao Morumbi em uma negociação direta com o rubro-negro carioca.
Como o LANCE! antecipou em janeiro, o jogador era um pedido de Rogério Ceni - quando o treinador ainda estava no comando do Tricolor paulista. Na época, o Rubro-Negro não quis andar com o negócio. O clube do Morumbi tentava um empréstimo, mas os cariocas queriam algo em definitivo.
Agora, Marinho tem em Dorival Júnior, novo técnico são-paulino, um novo aliado para se transferir ao Tricolor. A dupla trabalhou junta na Gávea no último ano, nas campanhas vencedoras das copas Libertadores e do Brasil.
A 'brecha', digamos assim, para que Marinho supostamente se transfira mesmo faltando mais de um mês para o reinício das inscrições no futebol brasileiro agrada a todos os lados. O Tricolor aceita pagar um mês a mais de salário ao jogador para que ele não estoure o limite de partidas jogadas no Brasileirão caso seja reintegrado no período (Marinho foi afastado pela diretoria rubro-negra). E o jogador deixa enfim a Gávea, onde vem enfrentando problemas de relacionamento com os dirigentes.
Ao L!, duas fontes confidenciaram que o estafe de Marinho só aceitou abrir conversas com o São Paulo após descobrir que o clube carioca vinha forçando uma negociação dele com o Bahia. Acontece que o ponta se diz torcedor do Vitória. E deixou claro que não queria jogar no maior rival. Mesmo assim, segundo pessoas ouvidas pela reportagem, a negociação seguiu à revelia do jogador, que se rebelou. E começou o conflito com os cartolas.
Entre os motivos para o Flamengo afastá-lo estaria o ato de indisciplina de não viajar com a delegação. Aos cartolas tricolores, o estafe do jogador disse que Marinho explicou claramente que sentia dores, tinha um edema apontado por exames, mas que mesmo assim teriam o obrigado a acompanhar o grupo.