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Wellington Rato enfrentou desemprego e foi andarilho da bola antes de brilhar no São Paulo

Meia-atacante de 30 anos passa é o líder em assistências da equipe e tem sido decisivo nas bolas paradas

16 fev 2023 - 10h11
(atualizado às 17h12)
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Enquanto alguns dos nove reforços que o São Paulo trouxe para 2023 são incógnitas para Rogério Ceni, Wellington Rato é uma certeza. O meia-atacante jogou todas as nove partidas da temporada, oito delas como titular, é o cobrador oficial de faltas e escanteios da equipe e ainda o líder em assistências.

O carioca natural de Japeri deu três passes para seus companheiros irem às redes no Paulistão, todas de escanteio. Também saiu de seu pé esquerdo a cobrança de escanteio que deu origem ao gol de Caio Paulista na goleada sobre a Inter de Limeira e do direito, que não é o melhor, o seu primeiro gol pelo clube paulista no mesmo jogo. Com ele, o São Paulo ganhou o que não tinha em 2022: força na bola parada.

A qualidade na bola parada, seu principal atributo, foi determinante para que passasse ileso ao rodízio de atletas de que Ceni é adepto. Como titular ou saindo do banco de reservas, ele sempre joga. "É o maior e o mais prazeroso desafio. Quero fazer história aqui", diz o atleta ao Estadão.

"Desde a minha chegada ao clube me esforcei muito para ter essa oportunidade. O São Paulo tem à disposição vários bons jogadores e fiquei bastante satisfeito por ter sido escolhido", completa.

Andarilho da bola

Aos 30 anos, Rato encara, como disse, a maior chance de sua trajetória no futebol depois de ser "andarilho" da bola. Há três anos ele disputava a Série C do Brasileiro pelo Ferroviário, do Ceará, depois de passar por outros times pequenos, como Audax Rio, Osasco Audax, Dom Bosco, Red Bull Brasil, Caldense, Sampaio Corrêa e Joinville, nenhum deles do tamanho do São Paulo.

No Joinville, pensou em abandonar a carreira antes mesmo dos 30. Os salários estavam atrasados e a família teve de voltar ao Rio. "Foi difícil. Essa ideia passou pela cabeça em função do drama que passei, mas felizmente foi superado", conta. Rato deixou o Joinville, mas as dificuldades no futebol não terminou tão cedo. Ele ficou oito meses desempregado depois de sair de Santa Catarina. Mas aí uma "transformação" aconteceu na vida do atleta.

"A transformação que Jesus fez na minha vida", justifica o religioso jogador. "De 2019 para cá, tudo entrou nos eixos, minha trajetória profissional passou a ser vitoriosa e se hoje defendo um grande clube do nível do São Paulo, devo a Jesus", acredita.

Ele aproveitou a oportunidade no Ferroviário. Seu bom desempenho no time cearense o levou ao Atlético Goianiense, que acionou uma cláusula em seu contrato de liberação para times da Série A e pagou apenas R$ 10 mil para tê-lo. Em Goiânia, viveu a melhor temporada da carreira, com 15 gols no ano passado. Até chamar a atenção do São Paulo, que o contratou por R$ 5 milhões com aval de Ceni.

"Ter o aval dele (Ceni) me deixou ainda mais à vontade e confiante aqui no São Paulo", afirma. "É um profissional vencedor como atleta e treinador. Tenho de aproveitar a oportunidade de trabalhar com alguém desse nível".

Rato tem esse apelido desde quando jogou no Audax do Rio. O irmão dele, também jogador, era chamado assim e a alcunha do roedor foi herdada por Wellington, que, ao contrário de alguns atletas que abandonam o apelido quando defendem times expressivos, irá mantê-lo. "Vou manter, sim. Nunca tive problema com o apelido e cheguei até aqui com ele".

Estadão
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