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Mais
sangue para o imperador
A
polêmica em torno do boxe é tão antiga quanto o próprio esporte. Quem
colaborou para atrapalhar a imagem dele foram os romanos. Cansados
de verem apenas socos com os lutadores protegidos e fortalecidos com
tiras de couros nas mãos, os imperadores romanos trataram de acrescentar
algo mais às tiras, como pregos e outros objetos cortantes e, de preferência,
fatais. Antes disto, na região de Summer, na Mesopotâmia, onde acredita-se
que o boxe tenha nascido, os lutadores se enfrentavam com protetores
de cabeça e tiras de couro na mão para evitar lesões nas mãos e ainda
aumentar a potências dos golpes. O Muhammad Ali da época foi Melagomas,
que nasceu na região de Caria e que praticamente dominou todos na
antiga Ásia Menor ao criar a tática de se defender antes mesmo de
ser atacado.
O
esporte caiu no gosto popular em 688 antes de Cristo, quando já
começou a fazer parte dos Jogos da Grécia. Naquela época, o combate
era feito num rounde só e ganhava até o adversário cair ou simplesmente
desistir.
Com
o domínio romano sobre a região, o esporte foi alterado e os lutadores
tinham que brigar até a morte do adversário. O boxe, então, só prevaleceu
até a queda do império. A partir daí, ele ficou praticamente esquecido.
O
boxe só voltou muitos anos depois, na Inglaterra. Nos meados do
século 17, homens passaram a lutar por dinheiro. Vendo que o esporte
se popularizava, acabou ganhando regras e se estabeleceu que os
combates seriam dentro de um ringue dividindo o público dos atletas
por cordas e que cada assalto duraria três minutos com intervalo
de um minuto entre eles.
Mas,
mesmo assim, o esporte demorou para cair nas graças dos organizadores
dos Jogos Modernos. Só em 1904, em St. Louis, nos Estados Unidos,
é que o esporte entrou para valer graças à pressão dos norte-americanos.
Mas acabou ficando de fora, porém, dos Jogos de 1912, em Estocolmo,
e voltando em definitivo em 1920.
REGRAS
No boxe olímpico, todos os lutadores são obrigados a usarem protetores
para a cabeça. Os combates duram no máximo três roundes com três
minutos de duração cada e um minuto de descanso entre eles.
Há
duas maneiras de o atleta vencer: por pontos ou por nocaute. Para
ganhar um ponto, é preciso acertar a frente ou lateral da cabeça
ou do torso corporal. No total, cinco juízes assistem à luta e fazem
a contagem dos pontos. Os árbitros têm dois botões à sua frente,
cada um representando um boxeador.
Além
de ser um esporte exclusivamente para os homens, estes têm que ser
maiores de 17 anos e menores de 34. Categorias (limite em kg):
48, 51, 54, 57, 60, 63,5, 67, 71, 75, 81, 91, mais de 91.
OLIMPÍADAS
O lado polêmico do boxe pode se perceber pelos Jogos Olímpicos.
Em 1896, a organização dos Jogos de Atenas decidiu deixar o esporte
de fora por considerá-lo perigoso. Em 1904, em St. Louis, ele apareceu
graças à sua popularidade nos Estados Unidos. Em 1912, porém, em
Estocolmo, ele foi outra vez descartado porque era proibido sua
prática pela lei sueca. Só em 1920 é que o boxe voltou e ficou de
vez como esporte oficial dos Jogos Olímpicos. E, depois, o mundo
pôde conhecer atletas como Muhammad Ali, Teofilo Stevenson (ganhador
de três ouro), Joe Frazier, George Foreman, Lennox Lewis, Jeff Fenech,
Sugar Ray Leonard e Evander Holyfield.
SYDNEY
No total, 312 boxeadores (só homens) vão participar dos Jogos australianos,
que acontece de 16 de setembro até 1º de outubro, no Sydney Exhibition
Centre, Darling Harbour.
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