Andy Irons: a lenda do surfe mundial
Andy Irons e Kelly Slater comemoram após a etapa de Pipeline, em 2003
O surfista havaiano Andy Irons foi tricampeão mundial de surfe, marcou uma geração com ondas memoráveis e uma rivalidade feroz com Kelly Slater. Andy faleceu de forma trágica, no dia 2 de novembro de 2010, aos 32 anos, em um quarto de hotel no Texas. Após abandonar a etapa de Porto Rico, o atleta estava voltando para o Havaí quando foi encontrado já sem vida no aeroporto. Dizia-se que Irons teria contraído dengue na etapa do Portugal, pouco antes de chegar à ilha caribenha.
Existem duas versões para a causa da morte: a primeira, divulgada por um dos médicos patologistas contratado pela família de Andy para analisar o relatório da autópsia, dizia que ele teria morrido de causas naturais, com uma paragem cardíaca repentina devido a uma severa obstrução na artéria coronária, com origem numa predisposição genética.
A segunda, determinada pelo médico patologista oficial, dizia que a paragem cardíaca foi causada por uma ingestão intensa de uma mistura de medicamentos legais (um ansiolítico e um analgésico) e drogas ilegais (cocaína e metanfetamina). O consumo de drogas levou a um ataque cardíaco, deixando Lyndie Irons, esposa que estava grávida de oito meses do filho do casal, Axel Irons. Depois de sua morte, foi revelado que Andy sofria de transtorno bipolar, doença que foi diagnosticada antes mesmo da chegada ao surfe profissional.
Natural de Kauai, Irons chamou a atenção do mundo esportivo em 1996, aos 17 anos de idade, quando foi campeão da etapa do Pipeline Pro. A primeira vitória no circuito mundial veio dois anos mais tarde, em 1998, na etapa de Huntington Beach. No total, venceu 20 competições e foi campeão mundial pela primeira vez em 2002. A concorrência com Slater entrou em evidência em 2003, quando os dois se enfrentaram na final de Pipeline. Andy Irons levou a melhor e encaminhou o título mundial daquele ano, seu segundo na carreira. Depois disso, ainda veio a conquistar mais um, no ano seguinte, embalando um tri campeonato seguido. Uma curiosidade da temporada 2004 é que a confirmação da conquista aconteceu na etapa de Florianópolis, Santa Catarina.
A disputa com Kelly dentro d'água conta com mais três finais. Em 2005, uma vitória para o americano, na África do Sul, e outra para Andy, no Japão. Em 2006, em Pipeline, Irons foi o vencedor. A última bateria dos grandes amigos foi justamente em 2010, na semifinal do Tahiti, etapa em que Andy levou o trofeu de campeão, meses antes de falecer. Naquela etapa, também se enfrentaram na primeira fase e Slater levou a melhor na bateria em que dois surfistas avançavam de fase.
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Dois estilos e personalidades distintas que desempenharam no mais alto nível do esporte, Andy e Kelly mudaram para sempre o história do surfe e inspiram atletas amadores, profissionais que passaram pelo tour, aqueles que estão disputando as competições atualmente e ainda os futuros atletas. A imagem rebelde e radical de Irons era totalmente contrária a personalidade carismática, analítica e reservada de Slater. De qualquer forma, quem gosta de surfe com certeza tem muito a aprender com o rico legado que Andy Irons deixou.