Xingado, Medina ganha afago: não te patrocinamos por títulos
A pressão de um título mundial e as críticas pelo mau início de temporada começam a bater às portas de Gabriel Medina. De ídolo e praticamente intocável junto ao público brasileiro no fim de 2014, o surfista já passou, num piscar de olhos, a ser questionado e até ofendido. Foi isto, pelo menos, o que o próprio jovem de 21 anos relatou nesta quarta-feira, em evento com patrocinador em São Paulo.
“Por eu ter sido campeão no ano passado, a galera bota uma pressão a mais. Até ouvi algumas coisas nas redes sociais, que já tem gente me xingando e tudo”, contou Medina. “Mas faz parte, o esporte é isso. Eu estava ciente de tudo o que iria acontecer. Sabia que, para me manter no topo, ia precisar do dobro de esforço”, acrescentou, pouco antes de receber um afago.
E ele veio de Jonas Marques, executivo da Bayer, empresa farmacêutica alemã que firmou parceira com a Coppertone, uma das marcas que patrocina o surfista. “Nós queremos apenas que você seja feliz. Esta é a posição da marca. Não há nenhuma pressão da nossa parte para você ser campeão. Não patrocinamos você por causa disto”, preocupou-se em deixar claro, para todo mundo ouvir, o diretor de Consumer Care da Bayer.
Gabriel Medina viu a pressão sobre si aumentar consideravelmente em 2015. Depois de faturar o título mundial, ele ainda não conseguiu engrenar na atual temporada. Em três etapas realizadas até aqui, não passou das quartas de final em nenhuma delas e ocupa apenas a 16ª posição do ranking mundial. No ano passado, ele já era o líder da antiga WCT a esta altura do campeonato.
"Essas três primeiras etapas foram bem difíceis pra mim. Em Margaret River, por exemplo, tinha uma onda que eu nunca havia surfado antes (o round no qual Medina foi eliminado aconteceu nas tubulares ondas de The Box, e não no tradicional pico de Main Break)", explicou o surfista, preferindo não relacionar a queda de rendimento ao fato de receber mais expectativa de público e imprensa na atual temporada.
“Pressão eu não senti. Eu já consegui o que queria. Ano passado, sim, eu estava com pressão. Agora, eu me sinto tendo cumprido o meu dever e querendo surfar bem. Ainda tenho mais oito etapas até o final do ano. Já tive meus dois descartes. O importante é não errar mais”, encerrou, lembrando que a regra da WSL (Liga Mundial de Surfe) permite a cada surfista descartar, ao fim da temporada, as suas duas piores posições no ano.
E é a isto que Medina se apega para galgar posições daqui para frente. O próximo desafio é no Rio de Janeiro, entre 11 e 22 de maio. "Gosto do calor brasileiro e desta torcida que não tem igual. Vai ser bom competir em casa e justamentre no momento que eu mais estou precisando de resultado", decretou.
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