Revolta e emoção marcam enterro de surfista baleado em SC
Em uma cerimônia emocionante e que contou com a presença de importantes nomes do surfe mundial, foi enterrado no início da tarde desta quarta-feira, no cemitério de Paulo Lopes, em Santa Catarina, o corpo de Ricardo dos Santos. Surfista de 24 anos, ele morreu na terça-feira após ser baleado na manhã de segunda em Guarda do Embaú, Florianópolis.
O enterrou ocorreu em cidade vizinha à da tragédia do início desta semana e teve um misto de emoção e revolta. Assim que o corpo de Ricardo foi colocado no túmulo, amigos, familiares e fãs do surfista se dividiam entre a reza e os gritos de “justiça”.
Compareceram ao sepultamento Adriano de Souza, mais conhecido como "Mineirinho", e Alejo Muniz - surfistas brasileiros que participaram do Circuito Mundial de Surfe (WCT) em 2014. Atual campeão mundial da categoria e amigo pessoal de Ricardo, Gabriel Medina não pode ir ao enterro.
Natural de Santa Catarina, Ricardinho, como era conhecido pelos mais próximos, chegou a vencer o norte-americano Kelly Slatter, maior campeão do WCT, em uma das etapas do circuito profissional de surfe, há alguns anos. Considerado um dos nomes mais talentosos em ondas grandes e tubulares, o surfista brasileiro foi alvejado na segunda-feira por um policial militar que, ao ser intimado por Ricardo a não estacionar o carro em determinado lugar, reagiu violentamente atingindo o jovem com três disparos.
Levado ao Hospital Regional de São José, Ricardo foi submetido a diversas cirurgias para a retirada dos três projéteis alojados no corpo, mas não resistiu à hemorragia interna que lhe acometeu e morreu aos 24 anos de idade na última terça.