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Surfe

Surfe lida com falta de patrocínio individual e busca desenvolver indústria no país

Mesmo após os Jogos Olímpicos de Tóquio, atletas enfrentam dificuldades financeiras para se manterem na modalidade

25 mai 2023 - 16h56
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Foto: Ariane Gomes

O surfe estreou nos Jogos Olímpicos na última edição, em Tóquio 2020, e mesmo com a repercussão da modalidade e a medalha de ouro do brasileiro Italo Ferreira, o Brasil ainda sofre com a falta de patrocínios individuais na modalidade.

A suporte de marcas a eventos e atletas já estabelecidos é notório no país, como é o caso do apoio da VIVO à etapa brasileira da  World Surf League (WSL) e do patrocínio master da marca ao Dream Tour, o Circuito Brasileiro de Surf, além da Lei de Incentivo ao Esporte do Governo Federal, por meio do Ministério do Esporte, presente no Circuito Brasileiro de Surfe. Por outro lado, atletas que buscam crescimento encontram dificuldades para fechar acordos individuais e seguir o sonho de participar de etapas brasileiras e internacionais.

Ariane Gomes, nascida e criada no bairro de Iparana, município de Caucaia, no Ceará, é a prova de que não basta só ter talento. É preciso apoio e patrocínio para ir mais longe na modalidade. A atleta surfa desde os 16 e se destaca nas etapas regionais e brasileiras que disputa. 

“Moro de frente para o pico, e minha família toda curte o surfe, essa é a verdade. Desde os quatro anos de idade essa vontade surgiu em mim e, por incentivo da minha mãe, meu pai, meus primos e tio, resolvi seguir meu sonho. Já fiquei sem ir para etapas de competições importantes na minha carreira, por falta de ajuda e grana”, conta a atleta. 

Aos 21 anos, a surfista ainda encontra a barreira da aparência e padronização para achar um patrocínio. “Se você não está no padrão que eles querem, é muito difícil conseguir um patrocinador”, completa. 

Flávio ‘Teco’ Padaratz, Presidente da CBSurf, sabe da dificuldade que os atletas encontram pelo caminho e salienta ações para que o cenário mude. 

“Embora alguns atletas consigam patrocínios individuais, a grande maioria ainda tem essa carência. Passamos muitos anos sem competições nacionais, por uma crise na indústria do surfe. Muitos deles estão tendo que apelar para empresas fora da modalidade, e isso demora para encaixar”, comenta Padaratz. 

“A grande massa dos surfistas ainda sofre com essa crise da indústria, então estamos fazendo um trabalho nesta área, buscando estimular o patrocínio aos surfistas individualmente, porque a Confederação desfruta de uma nova fase de credibilidade, justamente por estar participando do programa olímpico e trazer tanta relevância para o esporte”, explica Teco. 

Algumas competições brasileiras oferecem pagamento em dinheiro para os vencedores, o que estimula a participação do atleta e ainda reforça a profissionalização no esporte. O Dream Tour, a divisão principal do Circuito Brasileiro de Surf, realização da Confederação Brasileira de Surf (CBSurf) e promoção da Dream Factory, é uma delas. O prêmio de R$ 40.000 reais por etapa é dado ao primeiro lugar feminino e masculino, seguido por R$ 15.000 para o segundo lugar e R$ 11.000 para o terceiro e quarto lugares. Até os últimos colocados recebem premiação, fazendo com que nenhum deles saia totalmente no prejuízo e sem um valor de participação.

No Circuito Nacional, as etapas de QS do Circuito Banco do Brasil dão a oportunidade aos novos talentos de se classificarem para o Challenger Series (CS), categoria de acesso para quem sonha um dia em fazer parte da elite mundial. Para isso, os atletas necessitam de ajuda para viagens, despesas e preparação. 

“Oferecemos uma premiação mais alta, igualitária para ambos os gêneros e para todos os participantes no Dream Tour, para que possam aumentar a oportunidade de participação em eventos e também ajudar em suas vidas e de seus familiares que vivem do esporte”, concluiu Teco. 

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