Surfista baleado não resiste a ferimentos e morre em SC
Ricardo dos Santos tinha 24 anos e fazia parte do cenário profissional do surfe brasileiro. Amigo de Gabriel Medina, novo campeão mundial, o catarinense já disputou etapas do WCT
Internado desde a manhã da última segunda-feira no Hospital São José, em Santa Catarina, o surfista catarinense Ricardo dos Santos, conhecido como Ricardinho, morreu no início da tarde desta terça. O esportista lutava pela vida após sofrer três tiros em uma discussão na porta de casa, mas não resistiu aos ferimentos. O principal suspeito é um policial militar de Joinville, que estava no horário de folga. A informação da morte foi confirmada ao Terra pela assessoria pessoal do atleta.
Ricardinho sofreu o ataque por volta das 8h30 (de Brasília), na porta de casa, na praia de Guarda do Embaú (SC). A polícia investiga o que teria motivado a discussão, enquanto o policial militar está detido em um quartel de Florianópolis. O surfista foi socorrido de helicóptero e encaminhado ao Hospital São José, que considerava o caso "gravíssimo".
Após dar entrada no hospital, Ricardo dos Santos passou por quatro cirurgias. Os médicos sofreram para conter hemorragias na região do tórax, provocadas pels ferimentos à bala. Ainda na última segunda, o staff do atleta pediu por doações de sangue, devido à grande quantidade do líquido perdida pelo surfista.
Ricardo dos Santos tinha 24 anos e fazia parte do cenário profissional do surfe brasileiro. Amigo de Gabriel Medina, novo campeão mundial, o catarinense já disputou etapas do WCT. Em uma delas, chegou até a superar a lenda Kelly Slater e só parou em Mick Fanning na semifinal.
O catarinense tinha carinho pela terra onde morava, mas já mostrou preocupação com a deterioração da Guarda do Embaú. Em 2011, relatou em texto publicado no site Waves que a praia atraía muitos "bandidos" e que os vizinhos tinham "medo de levar tiro".
Preso junto ao irmão, o policial militar acusado de atirar três vezes contra o surfista sofrerá sindicância interna, além de investigação civil e militar. O oficial passou na última segunda por exame toxicológico, visto que uma das linhas da investigação é que a vítima teria abordado o oficial para reprimir o uso de cocaína em frente à sua casa.
O suspeito deu versão diferente e alega que agiu em legítima defesa. Outra linha de investigação diz que a briga surgiu pelo policial atrapalhar com o carro uma obra na casa do surfista.