O atacante Tenório contou uma boa história em entrevista coletiva realizada nesta segunda-feira, após o treino do Vasco da Gama, no Cefan. O equatoriano, ao comentar as atuações da seleção do Taiti durante a Copa das Confederações, lembrou que quando atuava no futebol do Catar, chegou a marcar dez gols em uma só partida. Os taitianos viu suas redes serem balançadas 24 vezes em três jogos pela competição.
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"O Taiti é um exemplo. Quando fiz dez gols, jogando no Catar, e cheguei contando em meu país, me falaram: 'que teta'. Eu sou profissional. Não importa quem é o adversário, porque se perder, também fica feio. Não desmerecendo ninguém, mas eles (taitianos) são guerreiros. Tomaram dez e são guerreiros. Se eu jogar com a Sub-15, eu vou fazer gol. Sem machucar ninguém, é claro. Pergunta por Romário, para quem fez mil gols, se fizeram no Real Madrid. Só vão lembrar que você fez gols", disse Tenório.
Após relembrar seu histórico positivo como goleador ao longo da carreira, o equatoriano frisou que não teme concorrência no ataque cruzmaltino, sempre destacando que é um atleta que pensa no grupo.
"Eu sou um cara que sempre penso no coletivo. Quem tiver que jogar, seja lá na frente, que faça o melhor. Futebol é coletivo, você pensa no individual, quer fazer gol, mas o que importa é o coletivo. Se o treinador decide colocar qualquer um, não é porque ninguém é melhor que ninguém, é por causa do momento. Não me preocupo muito com essa história de concorrência", contou o camisa 11.
Tenório é vice-artilheiro do time comandado por Paulo Autuori no ano. O equatoriano marcou seis gols em 14 jogos disputados nesta temporada.
Mesmo após sair derrotada por 0 a 8 na partida contra o Uruguai, a seleção do Taiti protagonizou um espetáculo ao término do duelo, neste domingo (23), na Arena Pernambuco
Foto: Marcelo Pereira / Terra
O time da Polinésia Francesa nem se importou com a goleada e resolveu homenagear o público brasileiro, que o aplaudiu em todos os jogos da Copa das Confederações
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Logo após o apito final, todos os taitianos foram para o banco de reservas, pegaram diversas bandeiras do Brasil e começaram uma "volta olímpica" pelo estádio
Foto: Marcelo Pereira / Terra
Alguns também levantaram uma grande faixa com a inscrição, em português, "Obrigado Brasil"
Foto: Marcelo Pereira / Terra
Sem qualquer tristeza pelas três goleadas sofridas contra Nigéria, Espanha e Uruguai, eles desfilaram felizes por causa do apoio que receberam no País
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A torcida ficou naturalmente feliz com a atitude do Taiti e passou a tirar foto dos jogadores, além de aplaudi-los
Foto: Marcelo Pereira / Terra
Foi inusitado também quando torcedores do Santa Cruz e do Sport deram bandeiras do clube para eles levantarem, sem sequer saberem do que se tratava
Foto: Marcelo Pereira / Terra
Um torcedor chegou a levantar uma cartolina com o desenho do técnico Eddy Etaeta e de dois jogadores
Foto: Marcelo Pereira / Terra
Luís Suárez, artilheiro do Uruguai, parabenizou os taitianos depois do jogo: "essa homenagem é uma demonstração de fair play, de jogo justo, e eles fizeram isso desde a semana passa, é muito bonito"
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Já Etaeta lamentou as dificuldades da sua seleção: "nossos jogadores são amadores, então há um abismo técnico aqui. A competição acabou para nós, mas faço questão de parabenizar nossos jogadores, porque, apesar do placar, dos gols sofridos, vamos continuar fiéis, porque vencemos muitas dificuldades", concluiu
Foto: Marcelo Pereira / Terra
Fora do campo, em entrevista coletiva, o técnico acrescentou: "meus jogadores jogaram com o coração e viveram uma experiência incrível neste torneio"
Foto: Marcelo Pereira / Terra
A seleção do Taiti foi a última colocada na Copa, não marcou pontos, fez um gol e sofreu 24
Foto: Marcelo Pereira / Terra
Etaeta ainda lamentou que no Taiti o esporte seja amador
Foto: Marcelo Pereira / Terra
"A dura realidade que estamos enfrentando, entre o futebol profissional e o nosso, nos faz dar conta dessa diferença abismal. Estou orgulhoso do que meus jogadores vivenciaram", afirmou o técnico
Foto: Marcelo Pereira / Terra
O técnico ainda fez uma previsão, sobre quando sua seleção poderia causar alguma surpresa contra um rival de expressão
Foto: Marcelo Pereira / Terra
"Faz 12 anos que começamos a desenvolver o futebol no Taiti e temos muito trabalho por fazer. Acho que dentro de 10 anos, pelo menos, poderemos jogar com seleções poderosas, tendo chance de algum bom resultado", garantiu Etaeta