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'Temos talentos no skate para mais dois ciclos olímpicos'

Dirigente afirma que um dos desafios para o crescimento da modalidade é a manutenção das pistas existentes

22 ago 2021 - 03h02
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O Brasil tem skatistas talentosos para mais dois ciclos olímpicos. Essa é a avalição de Eduardo Musa, presidente da Confederação Brasileira de Skate (CBSk), sobre as perspectivas da modalidade após o sucesso nos Jogos de Tóquio.

Em entrevista exclusiva ao Estadão, o dirigente afirma que um dos desafios para a popularização do esporte não é a construção de novas pistas, mas sim a manutenção daquelas que já existem.

As vitórias do Guga deram um grande impulso para o tênis. Como fazer com que o skate tenha um crescimento semelhante?

Esse exemplo do tênis é perfeito, mas temos de entender outras vertentes do skate. Temos a competitiva, dos grandes dos ídolos e grandes torneios. Por outro lado, o skate tem um mercado próprio que vive há bastante tempo de praticantes da modalidade, paralelamente ao alto rendimento. Temos as duas preocupações: fortalecer e manter a visibilidade e, ao mesmo tempo, trazer pessoas que não estão interessadas só em competição e se apaixonam pelo estilo de vida do skate.

Por que o Brasil é uma potência no skate?

Pela pela história e pela cultura. Por alguns anos, o Brasil era o único lugar, fora dos EUA, que possuía cena de skate. Tivemos fenômenos que mostraram que era possível viver do skate. Por essência, é um esporte relativamente barato, que pode ser praticado numa praça. O brasileiro tem o dom da coisa.

Quantos skatistas o Brasil tem hoje? E pistas?

Uma pesquisa em 2019 apontou 8,5 milhões de praticantes no Brasil atualmente. O número de pistas é um número que ainda estamos levantando. É difícil ter esse número porque uma praça vira pista de skate.

Qual é a diferença entre skatistas amadores e profissionais?

Os termos "profissional" e "amador" diferentem dos outros esportes. O skatista profissional é aquele que recebe esse reconhecimento para determinadas conquistas ou por momentos que viveram. Para isso, ele faz sua inscrição junto ao Comitê de Atletas da Confederação. Esse processo não tem interferência da confederação. Eles aprovam ou não por critérios já estabelecidos. Cada modalidade tem seu critério.

O momento é de otimismo?

Otimismo e responsabilidade. A gente vai trabalhar para que as medalhas da Rayssa, do Pedro e do Kelvin sedimentem a prática do skate. Mas a confederação tem 21 anos. Até 2017, nós vivemos um período de abnegação e dificuldade.

Quais os principais desafios?

As cidades estão se movimentando para a construção de novas pistas, mas a pista de skate não tem um padrão. Não dá para pegar a mesma e copiar. Cada projeto é específico. Essa é uma dificuldade. Além disso, nosso problema não é quantidade de pistas, mas sim qualidade.

Quais são as perspectivas para os Jogos de Paris?

No alto desempnho, o skate brasileiro é fértil. Temos talentos para mais duas Olimpíadas. Precisam ser trabalhados para o alto rendimento.

Estadão
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