Arábia Saudita tem Masters 1000 praticamente confirmado para 2025
Segundo jornal The Times, bases estão quase acertadas para evento que abriria calendário
A Arábia Saudita está muito perto de ter um Masters 1000 para 2025. A chegada do país do Oriente Médio está praticamente confirmada de acordo com o jornal The Times.
Quem primeiro confirmou a intenção do novo gigante mundial de sediar um Masters 1000 é quem considera a notícia praticamente confirmada: o país saudita vai desfrutar de um torneio desta categoria. Será no início do ano, servindo como uma espécie de apresentação principal da temporada. O novo evento aconteceria duas semanas antes do início do Aberto da Austrália, deixando apenas uma semana de descanso para os jogadores entre um evento e outro.
Segundo o jornal inglês, o circuito apenas tem de aceitar uma proposta que considere muito favorável. As conversas decorrem entre os principais dirigentes da ATP e os representantes do PIF, o Fundo Soberano do país saudita, entidade de enorme riqueza que está destinando boa parte das suas reservas para deixar a sua marca no ecossistema desportivo global. Depois de encher a liga do país com algumas das maiores estrelas do futebol europeu, criar um circuito de golfe alternativo e conseguir alguns dos combates de boxe mais cobiçados do planeta, o tênis é apenas o próximo passo.
O investimento dos sauditas poderá ser de centenas de milhões de euros, valores exorbitantes dos quais veremos uma pequena pista nas próximas finais da NextGen em Jeddah.
O Masters 1000 seria em Riad, à qual o governo saudita atribui um papel especial durante o inverno europeu, acolhendo um número significativo de eventos desportivos. Aliás, será o local onde Carlos Alcaraz e Novak Djokovic disputarão no final de dezembro a Diriyah Cup, torneio de exibição que já conta com até duas edições e no qual já participou boa parte da elite do circuito.
Muitas incógnitas surgem como resultado desta decisão. Que consequências teria para o circuito se a Arábia Saudita tivesse um Masters 1000 apenas uma semana antes do Aberto da Austrália ? Para começar, chegaria ao fim a United Cup: um evento promovido incessantemente pela ATP, com o slogan da igualdade como bandeira e uma vida relativamente curta. Alguns torneios ATP 250 como Brisbane poderiam ser completamente dizimados, com uma turnê australiana anterior ao primeiro Grand Slam que consistiria em apenas uma semana, que passaria entre o torneio saudita e o próprio Aberto da Austrália. As chances de o primeiro grande torneio do ano ser adiado em uma semana para acomodar o novo Masters 1000 são praticamente inexistentes, devido à data atual coincidir com as férias escolares (as aulas começam na Austrália apenas um ou dois dias após a conclusão do próprio Open).
Por fim, a ATP estuda dois cenários para acomodar o Saudi Masters 1000. A primeira possibilidade é ampliar o número de eventos 'premium' e conceder uma décima licença, que o PIF compraria sem problemas devido à sua capacidade econômica. A segunda, que faria a roda girar muito mais, seria que o torneio saudita tivesse que comprar essa licença de alguns dos atuais Masters 1000: diz-se que Miami seria a mais interessada em ouvir ofertas, enquanto Paris-Bercy está na mistura pela qualidade de suas instalações, embora seu diretor, Cédric Pioline, tenha deixado claro seu interesse em se mudar para um novo local que dará um salto qualitativo ao torneio.
O torneio saudita começaria no final do ano de 2024, duraria 9 dias (continuando a tendência do Masters 1000 ampliado que já vimos nesta temporada, que será uniforme a partir de 2025) e terminaria no sábado, 4 de janeiro, 2025, dando espaço para o início do Aberto da Austrália, no domingo, 12 de janeiro de 2025. O tempo de voo entre Riad e Melbourne é de oito horas, gerando uma carga extra de viagem aos jogadores. Claro que o prêmio monetário do evento rondaria os 7 milhões de euros, com um prémio de 1 milhão de euros para o campeão: além disso, o torneio tentaria seduzir os jogadores através de exibições em outras cidades do Oriente Médio (Abu Dhabi, por exemplo) para criar uma espécie de 'mini-tour' de final de temporada. E tudo isso, claro, para evitar um choque ainda maior do país saudita para o mundo do tênis: Gaudenzi quer evitar a todo custo um circuito alternativo criado pelos sauditas, semelhante ao LIV do golfe... e parece disposto para revolucionar o calendário para isso.