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Tênis

Austrália confirma que Djokovic será detido após cancelamento do visto e caso vai para tribunal

Tenista sérvio deve retornar ao centro de retenção de imigração neste sábado enquanto aguarda a revisão do caso na Justiça

14 jan 2022 - 09h53
(atualizado às 10h26)
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As autoridades australianas confirmaram nesta sexta-feira, dia 14, que Novak Djokovic será detido após ter o visto cancelado pela segunda vez desde que chegou ao país e que o caso retornará à Justiça. A expectativa é de que o tenista retorne na manhã deste sábado ao centro de retenção, o Park Hotel, onde estava hospedado antes de sua liberação. Desta forma, o número 1 do mundo pode ficar fora da disputa do Aberto da Austrália, que começa na segunda-feira.

O Tribunal do Circuito Federal de Melbourne realizou nesta sexta-feira uma audiência de emergência depois que o ministro da Imigração, Alex Hawke, usou poderes discricionários para cancelar novamente o visto do tenista. Na segunda-feira, dia 10, a Justiça do país anulou a revogação anterior e liberou o tenista da detenção.

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"Hoje eu exerci meu poder sob a seção 133C(3) da Lei de Migração para cancelar o visto detido por Novak Djokovic por motivos de saúde e boa ordem, com base no interesse público", disse Hawke em um comunicado. "Ao tomar esta decisão, considerei cuidadosamente as informações fornecidas a mim pelo Departamento de Assuntos Internos, pela Força de Fronteira Australiana e pelo Sr. Djokovic. O governo de (Scott) Morrison está firmemente comprometido em proteger as fronteiras da Austrália, particularmente em relação à pandemia de covid-19", completou.

A justiça australiana ordenou que a deportação do sérvio, no entanto, fosse adiada até que a decisão seja revista nos tribunais após os advogados de Djokovic entrarem com uma apelação. "O Sr. Hawke escolheu remover da Austrália um homem de boa reputação e prejudicar sua carreira por causa dos comentários que Djokovic fez em 2020. Ele não tem base racional para dizer que a decisão que toma é para evitar maior sentimento antivacina, que ele está tentando minimizar", afirmou o advogado do tenista, Nicholas Wood. "É patentemente irracional que Djokovic excite o sentimento antivacinação. É uma abordagem radicalmente nova do governo federal."

Antony Kelly, juiz do estado australiano de Victoria encarregado de examinar o recurso de Djokovic contra o cancelamento de seu visto, porém, declarou-se incompetente nesta sexta-feira e encaminhou o caso à justiça federal australiana. O magistrado tomou essa decisão apesar das objeções dos advogados do atleta, que temem que a resolução do caso atrase, faltando três dias para o início do Aberto da Austrália. A previsão do início e conclusão da audiência é domingo, véspera da abertura do Grand Slam.

SACRIFÍCIOS

Scott Morrison, primeiro-ministro da Austrália, reagiu ao novo capítulo da situação de Novak Djokovic. Ele lembrou todas as dificuldades que o povo australiano tem vivido nos últimos anos por causa da pandemia do novo coronavírus.

"Esta pandemia (de covid-19) tem sido muito dura para todos e temos de estar juntos na tentativa de continuar a salvar vidas. Juntos tivemos uma das menos taxas de mortalidade, um dos maiores crescimentos e taxas de vacinação do mundo. Os australianos fizeram muitos sacrifícios durante estes dois anos e desejam que esses sacrifícios sejam respeitados", afirmou Scott Morrison em um comunicado oficial.

Cético em relação a vacinas, Djokovic desembarcou na Austrália na última semana com uma isenção médica especial com a qual não era necessária a comprovação da imunização contra a covid-19, requisito obrigatório para entrar no país. Ele foi barrado no aeroporto após as autoridades não considerarem o documento válido e foi retido em em um hotel de imigração.

Alegando que as autoridades agiram de maneira desproporcional em sua entrevista, um processo que durou cerca de sete horas no meio da noite, fazendo com que o tenista ficasse por horas no aeroporto, um tribunal australiano permitiu sua liberação. Desde então, o sérvio vem treinando visando participar do Aberto da Austrália.

Estadão
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