Fabrizio Gallas: 'Maratonista Bia Haddad se recusa a perder em Roland Garros'
Coluna de Fabrizio Gallas exalta Bia Haddad e reforça que ela ainda pode jogar um melhor
Duas notícias boas sobre Bia Haddad Maia nesta segunda-feira (5). Primeiro, sua vitória espetacular; segundo, ela tem margem para jogar melhor. E bem melhor.
Como a própria tenista disse na entrevista coletiva: "Tênis não é um tiro de 100m, é uma maratona. Especialmente meus jogos". Hoje foram 3h51, na rodada anterior 2h47, a segunda rodada 2h43.
A brasileira só jogou seu melhor tênis na primeira rodada; Daí por diante vem oscilando demais, mas está vencendo. O que é crucial para um tenista, ganhar sem jogar seu melhor. Mostrar coração, garra, atitude. Se recusar a perder. Ela vem dando um exemplo de que há uma luz no fim do túnel. Foi assim hoje com 7/6 3/0 e duas quebras abaixo, foi assim na rodada anterior salvando match-points. Não se entregar em qualquer circunstância que tenha.
Bia Haddad segue quebrando marcas. Primeira brasileira nas quartas de um Slam após 55 anos, desde Maria Esther Bueno em 1968. Ela vai subindo no momento para o 13º lugar no ranking e se for à semifinal pode entrar no top 10 (caso Karolina Muchova não vença o torneio).
Para alcançar a semi, a adversária será a experiente Ons Jabeur. Uma adversária um patamar acima . Que varia muito o jogo e vem de uma vitória contundente sobre a brasileira no saibro coberto de Stuttgart em abril.
Se oscilar como vem fazendo, as chances serão reduzidas para a brasileira, mas quartas em Paris é também uma novidade para a tunisiana. Ou seja, é provável que ela tenha certo nervosismo também. Para Bia, a pressão diminui, já que não entrará como favorita e poderá jogar um pouco mais solta. Ou seja, tendência é de elevar o nível.
Independente do resultado da próxima quarta-feira (7), a campanha da brasileira é histórica e merece APLAUSOS. Dessa forma. Com letras garrafais.
Curtinhas:
O jogo de Bia contra Sorribes é o terceiro mais longo do feminino na história das 116 edições de Roland Garros. Este jogo entra no top 10 dos jogos mais longos do tênis feminino, empatado na sexta colocação.