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Tênis

Fabrizio Gallas: 'O caso Alcaraz em Roland Garros e o paralelo com Bia Haddad'

Coluna comenta as cãibras de Carlos Alcaraz e lembra o início da carreira de Bia Haddad e traça um paralelo com os dias de hoje

9 jun 2023 - 16h47
(atualizado às 18h05)
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20 de fevereiro de 2015. Beatriz Haddad Maia tinha três match-points no Rio Open contra a experiente e vice-campeã de Roland Garros, Sara Errani. Não fechou. Sucumbiu. Depois abandonou com cãibras no 3 a 0 do terceiro set. Cãibras provocadas pela tensão do jogo. Ela era jovem, tinha 18 anos, fazia sua maior campanha da carreira, jogando em casa, com expectativas geradas ao longo da partida.

Foto: Lance!

9 de junho de 2023. Carlos Alcaraz, 20 anos. 1 set a 1 contra Novak Djokovic e as cãibras aparecem no espanhol. Mesmo com seu treinador, Juan Carlos Ferrero, aconselhando que passaria, a tensão continuou e o corpo do tenista foi tomado.

Podemos traçar um paralelo mesmo que sejam casos e circunstâncias um tanto diferentes.

Aquele duelo no Rio de Janeiro o calor e a umidade eram infernais e em Paris a umidade estava bem mais baixa assim como a temperatura, mas a expectativa que o espanhol se colocou e o adversário físico do outro lado eram um enorme desafio. Sim, em 2015 era muito difícil jogar contra Sara Errani. Até mesmo agora é complicado enfrentar a italiana. Novak Djokovic nem precisa dizer. Mesmo aos 36 anos e com um ou outro probleminha físico, ele mostra sua fortaleza e experiência.

Bia Haddad mostrou, em Roland Garros nesta edição, o quão forte fisicamente ficou aguentando muito bem 15 horas em seis partidas em menos de duas semanas.

A brasileira definiu o calendário na grama e adicionou o torneio de Nottingham, na Inglaterra, que começa já na segunda-feira. E vai jogar todos os eventos na superfície até Wimbledon (Birmingham e Eastbourne). O que ela retirou foram as duplas onde só jogará no Aberto da Inglaterra. Mostra que hoje a brasileira tem uma fortaleza física resultado do ótimo trabalho com sua equipe.

Alcaraz vai e precisa amadurecer fisicamente. A tendência é ficar mais resistente do que vem se mostrando neste ano que começou cheio de problemas físicos e torneios perdidos e agora esse baque inesperado.

E outro aspecto importante. Djokovic alcança sua 20ª vitória seguida em um Grand Slam. Última derrota para Nadal nas quartas de Paris ano passado. Como é duro vencer o sérvio em um Major. Chega BEM favorito para buscar o recorde no domingo contra o bravo norueguês Casper Ruud. Seu 23º Slam.

Curtinhas:

O episódio mostra também um pouco de fator sorte. Que acompanha quem trabalha muito e os grandes campeões. Ano passado, por exemplo, Nadal vinha sendo encurralado por Zverev e veio a lesão do alemão em uma infelicidade. Os Deuses do tênis podem ter dado uma mãozinha para Djoko.

Lance!
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