Fabrizio Gallas: 'Zverev anula e deixa Alcaraz perdido no Australian Open'
Coluna analisa quais fatores chave para a vitória de certa forma contundente do alemão nas quartas em Melbourne
Alexander Zverev anulou Carlos Alcaraz nesta quarta-feira pelas quartas de final do Australian Open. Foi praticamente perfeito. Tirando o final do terceiro set quando duvidou um pouco e permitiu a reação do espanhol, o alemão foi soberbo.
Tudo passou pelo saque. 85% do primeiro serviço. E não é qualquer serviço, mas sim um saque poderoso e variado, com quique. 94 dos 111 serviços dados no jogo foram o primeiro. Alcaraz não conseguiu sair dominando na devolução e sempre se viu pressionado em seu saque.
Eficiente no fundo com 28 winners e 25 erros, eficiente no aproveitamento com sete quebras em dez oportunidades enquanto que o espanhol errou 45 bolas e aplicou 39 vencedoras e para um jogo de quatro sets de três horas e com seu nível teve raras chances de quebra sendo cinco no total com duas aproveitadas.
O certo é que Zverev tem o 'número' de Alcaraz. É triste ver o espanhol perdido não só em quadra como na análise na coletiva de imprensa. Falou que o rival jogou melhor, que ele não se encontrou e não sabe direito o que aconteceu. Um tanto quanto raso.
Será que a ausência do treinador Juan Carlos Ferrero pesou ? (Juanki passou por cirurgia e ficou na Espanha) Ferrero é como um pai para Alcaraz e está com ele desde pequeno. Às vezes a figura presente faz diferença para ele.
Alcaraz mencionou que ainda é jovem e situações e jogos assim são normais. Correto. Talvez certa pressão pelo número 1, pela rivalidade e meta de bater Djokovic que vira e mexe ele mesmo expõe para a mídia possam ter contribuído para um nível mais abaixo. O circuito não é composto apenas pelo sérvio. Alcaraz tem outros jogadores que costumam atrapalhar sua vida como Sinner ou Medvedev.
O certo é que Sascha se credencia para buscar mais uma final de Grand Slam e quiçá seu primeiro Grand Slam, mas tem montanhas pela frente como Medvedev e Sinner ou Djokovic.
Falando nos últimos dois, a oportunidade é interessante para o italiano que está fresco fisicamente e com Djokovic na mira, tendo o derrotado duas vezes no final do ano passado. É ainda um desafio e tanto. Nole nunca perdeu uma semifinal na Austrália (dez vitórias) e vem de 33 vitórias seguidas no torneio. Vem fazendo uma campanha um pouco aos trancos e barrancos, mas segue avançando. Se o italiano não oscilar mentalmente terá ótimas oportunidades e é questão de três ou quatro pontos para decidir o resultado.