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Grand Slam

Bia Haddad leva virada de checas e é vice na Austrália

A brasileira, que faz dupla com Anna Danilina, do Cazaquistão, levou a melhor em boa parte da partida, mas sofreu revés em última parcial

30 jan 2022 - 05h20
(atualizado às 08h52)
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Foi por muito pouco: a tenista brasileira Bia Haddad, ao lado de Anna Danilina, do Cazaquistão, chegou perto de vencer Krejcikova e Siniakova, da República Checa, no Aberto da Austrália 2022, mas levou uma virada e terminou o campeonato como vice, na madrugada deste domingo, 30.

Foto: Reprodução

Com o placar em 6/7 (3), 6/4 e 6/4, a dupla checa, que garantiu medalha de ouro nas Olimpíadas de Tóquio e Roland Garros, também levou o troféu do slam australiano para casa.

A partida teve o tie-break do primeiro set em 7 a 6. No segundo, a reação das checas em 6 a 4 forçou o set decisivo. Na última parcial, Krejcikova e Siniakova terminaram a partida em outro 6 a 4.

Com o resultado, a brasileira Maria Esther Bueno, que foi vencedora do título ao lado da britânica Christine Truman, em 1960, continua sendo a brasileira com melhor campanha no torneio.

Trajetória

Bia Haddad superou diversos obstáculos nos últimos dois anos. A tenista número 1 do Brasil em simples enfrentou uma suspensão de 10 meses por doping, mais três de afastamento causados pela pandemia de covid-19 e uma cirurgia para retirar um tumor da mão esquerda, com a qual joga.

Sua fase difícil começou em 2019, justamente após se destacar em Wimbledon, quando derrubou a ex-número 1 Garbiñe Muguruza. Na semana seguinte, recebia aviso de suspensão por doping. Bia provou que o resultado positivo para SARM S-22 e SARM LGD-4033 (agentes anabolizantes) era consequência de contaminação por um suplemento. Escapou de uma punição pesada, que poderia chegar a quatro anos. Mas não passou ilesa: levou 10 meses de gancho.

Ela poderia retornar em maio de 2020, mas a pandemia mudou seus planos e estendeu o afastamento por mais três meses. Como se não bastassem as dificuldades para voltar a jogar, um tumor benigno no dedo médio da mão esquerda fez a canhota parar mais uma vez, entre outubro e fevereiro do mesmo ano.

Depois de tantos contratempos, a temporada 2021 foi de superação e vitórias. Bia mudou seu treinador e passou a trabalhar com Rafael Paciaroni numa parceria com o Instituto Rede Tênis Brasil (IRTB), entidade que surgiu da união entre o Instituto Tênis e a Tennis Route. Os resultados apareceram rápido. Ela chegou a emplacar 13 vitórias e dois títulos consecutivos.

No total, foram 76 vitórias em 2021, sua melhor marca da carreira. Uma delas foi especial. Em Indian Wells, desbancou a checa Karolina Pliskova, então número 3 do mundo, no maior triunfo de uma brasileira na chamada "Era Aberta" do tênis, desde 1968. Até então, seu melhor resultado era uma vitória sobre a americana Sloane Stephens, então 4ª do mundo, em 2019.

A temporada 2021 só não foi melhor que 2017, quando Bia alcançou sua melhor posição no ranking: 58º. Hoje é a 83ª em simples. Nas duplas, está em 150º, mas dará um salto nesta lista, para o 41º posto.

Desde que voltou da suspensão, em setembro de 2020, Bia soma 14 finais e 10 títulos, entre chaves de simples e duplas em nível ITF e WTA. Neste ano, na preparação para o Aberto da Austrália, ela foi campeã nas duplas, jogando ao lado de Danilina, no WTA de Sydney.

Estadão
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