Guga cita "carisma" de Sharapova e defende evento exclusivo
Ex-número 1 do mundo e dona de três Grand Slams, a russa Maria Sharapova enfrentou a argentina Gisela Dulko em um amistoso restrito a convidados e disputado para promover um empreendimento imobiliário de alto padrão no interior paulista. Preocupado com o futuro do esporte, o brasileiro Gustavo Kuerten citou o carisma da musa para defender o evento exclusivo.
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"Ela tem um carisma diferenciado, além de ser uma menina bonita. Ela atrai até as jovens que estão querendo ser modelos e veem que no tênis podem ter uma carreira que envolva as duas coisas. Gera uma mobilização, uma vontade maior de estar envolvida com o tênis, principalmente dessa criançada", disse o ex-tenista, que ganhou três Roland Garros e também liderou o ranking mundial.
A vitória de Sharapova sobre Dulko foi acompanhada por apenas 800 convidados. Na arena que abrigou a quadra sintética armada especialmente para o evento, os privilegiados espectadores brindavam com champanhe e vinho entre maquetes do empreendimento imobiliário que oferece campo de golfe e heliponto. Antes do jogo, a brasileira Maria Esther Bueno, dona de 19 Grand Slams, ministrou uma clínica de tênis.
"Acho que é um fator interessante, ainda mais da maneira que a Sharapova consegue contagiar as pessoas. Com o volume de mídia num evento como esse, as pessoas ficam sabendo de tudo que está acontecendo. Uma menininha ou os próprios pais veem um jogo como esse e podem ter o sonho e o interesse de que aconteça algo no futuro", disse Guga, chamado pelos organizadores para homenagear Maria Esther Bueno.
Por outro lado, o brasileiro admite que o evento não contribui diretamente com o desenvolvimento do esporte nacional. "Não é isso que vai fazer o tênis brasileiro evoluir, sem dúvida nenhuma. A gente depende de uma estrutura adequada e de um trabalho mais pragmático para não continuar dependendo de casos esporádicos", afirmou Guga, que oferece o tênis a mais de mil crianças em seu Instituto localizado em Florianópolis.
Com Maria Fernanda Alves, 26 anos, como sua melhor representante no ranking mundial (267º posto), o tênis feminino brasileiro vive uma situação delicada. Entre os homens, a esperança é Thomaz Bellucci, 21 anos e 36º do mundo. No mesmo dia que Sharapova enfrentou Dulko, ele venceu a Brasil Masters Cup, realizada em um resort localizado em Mogi das Cruzes também para seletos espectadores.