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Tênis

No retorno de Wimbledon, Djokovic busca recorde e Federer vira incógnita

Sérvio pode chegar ao 20º título de Grand Slam, se igualando ao suíço e a Rafael Nadal, ausente do torneio

28 jun 2021 - 05h15
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Em seu retorno ao circuito, o Torneio de Wimbledon inicia nesta segunda-feira com um favorito incontestável no masculino, baixas de peso nas duas chaves de simples e um ponto de interrogação sobre o suíço Roger Federer. Diante da incógnita do rival e das baixas do espanhol Rafael Nadal e do austríaco Dominic Thiem, o sérvio Novak Djokovic desponta como o grande candidato ao título e a novo recorde.

Se alcançar a façanha, o número 1 do mundo vai chegar ao 20º título de Grand Slam, se igualando a Federer e Nadal, algo impensável no circuito há alguns anos. "Tudo é possível. Eu conquistei algumas coisas que muitos achavam que não era possível", diz o sérvio, cada vez mais embalado na temporada.

Djokovic foi campeão do Aberto da Austrália e de Roland Garros, os dois primeiros Grand Slams do ano. Vencer Wimbledon está no caminho para levantar o troféu do US Open e fechar o Grand Slam: ser campeão dos quatro torneios mais importantes do tênis numa mesma temporada. Apenas dois atletas obtiveram tal feito no masculino e apenas o australiano Rod Laver o fez na Era Aberta do tênis, a partir de 1968.

"Djokovic é favoritaço porque os tenistas que podem chegar perto não tem a experiência dele. A nova geração até consegue ganhar dele em jogos de melhor de três sets. Mas, em melhor de cinco, é muito difícil", opina Narck Rodrigues, comentarista do canal SporTV, ao Estadão. "Sempre pode ter uma surpresa, como um sacador. Mas o Djokovic tem a melhor devolução do mundo. Está faltando jogadores a altura dele."

Cada vez mais confiante na grama, o sérvio já tem cinco troféus em Londres e é o atual bicampeão. Na última final, em 2019 - não houve torneio em 2020 por causa da pandemia - fez uma partida histórica contra Federer. Salvou dois match points para vencer a maior lenda da competição britânica.

Desde então, pouco mudou para o sérvio, que segue dominando o circuito. Já para o suíço, que completa 40 anos em agosto, a situação é outra. Jogou apenas um torneio em 2020 e passou por duas cirurgias no mesmo joelho direito. Em 2021, está longe de convencer. Wimbledon é apenas seu quinto torneio da temporada. Até na grama de Halle, onde tem 10 títulos, ficou aquém do esperado. Foi eliminado na segunda rodada.

"O Federer é uma incógnita, está em má fase. Acho que ele chegou naquele ponto em que está em sua última chance de fazer algo grande. Mas não podemos descartar sua experiência. Em Wimbledon, o desgaste físico é muito menor. Ele sabe jogar na grama. Para 70% ou 80% dos jogadores da chave, a grama é território novo. Para o Federer, não", diz Narck Rodrigues.

Se Federer ou outros tenistas não pararem Djokovic em Londres, o recorde de títulos de Slam se tornará uma rápida realidade para o sérvio. "A concorrência para ele só está diminuindo e ele ainda está num nível muito alto, apesar dos seus 34 anos. Se passar por Wimbledon, pode até fechar o Grand Slam. Aí ele vai para 22, 23 títulos."

Sem Nadal e Thiem, a chave masculina terá como coadjuvantes candidatos a protagonistas o grego Stefanos Tsitsipas, vice-campeão de Roland Garros, o alemão Alexander Zverev, vice do US Open, e o russo Daniil Medvedev, número dois do mundo. Wimbledon terá o retorno de Andy Murray em seu primeiro Slam no ano. Ele não joga na chave de simples em Londres desde 2017.

No feminino, as baixas de peso são a japonesa Naomi Osaka, vice-líder do ranking, e a romena Simona Halep, número 3 e atual campeã. A australiana Ashleigh Barty, número 1 do mundo, e a veterana americana Serena Williams despontam como candidatas ao título.

Estadão
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