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Tênis

'Tenistas top devem cobrar igualdade', cobra a ex-tenista Judy Murray

Mãe de Andy Murray luta por direitos iguais no tênis

24 fev 2019 - 04h40
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Mais conhecida por ser a mãe dos tenistas Andy e Jamie Murray, a escocesa Judy Murray vem se tornando forte voz em busca da igualdade na modalidade. A ex-capitã da Grã-Bretanha na Fed Cup acredita que o tênis já tem boas conquistas no quesito, mas ainda precisa superar domínio histórico dos homens.

"O tênis é um esporte mais favorável que os outros neste assunto porque há uma relativa igualdade em termos de premiação e visibilidade. Mas ainda há maior domínio masculino", disse Judy. "O atual presidente da WTA (a Associação de Tênis Feminino) é um homem. O mesmo acontece com a ATP, ITF e a Comissão dos Grand Slams. Os homens vão sempre pensar primeiro neles", diz a ex-tenista.

Para Judy, já reconhecida pela família real britânica pelos serviços prestados ao tênis e à busca dos direitos iguais de gêneros, é necessário criar mais chances para as mulheres "para que elas possam se desenvolver no tênis, para haver melhor distribuição das atividades e maior equilíbrio entre homens e mulheres. Os esportes sempre foram dominados pelos homens ao longo da história".

Para tanto, ela cobra uma maior atuação dos principais tenistas do circuito. "Precisamos que mais jogadores de nível top usem suas vozes e suas carreiras para pedir maior igualdade e causar mudanças", afirmou a mãe de Andy Murray, orgulhosa da atuação do filho a favor das mulheres. "Quando ele fala alguma coisa em defesa das mulheres, tem mais impacto do que quando uma mulher fala. Só por aí já dá para ver o desequilíbrio das coisas", ressalta.

Judy esteve no Brasil nesta semana para orientar técnicos e professores de tênis do País, a convite da Liga Tênis 10, circuito de eventos para crianças de 5 a 10 anos realizado no Rio de Janeiro. Por telefone, conversou com o Estado e também comentou sobre o futuro de Andy, que pretende se aposentar após Wimbledon. Ela acredita que ainda há chance de o filho seguir competindo, após nova cirurgia no quadril, realizada no fim do mês passado.

"Tem o caso do Bob Bryan, que fez a mesma cirurgia em agosto e conseguiu voltar a jogar em janeiro, no Aberto da Austrália. Mas é claro que é diferente jogar duplas, não é tão exigente fisicamente. Vamos ter de esperar para ver o que acontece."

Judy enfatiza que o maior objetivo de Andy é se livrar das dores. "Já tem algum tempo que ele vive com dor e ele tem dois filhos pequenos, a mulher, uma família adorável. Para ele, a qualidade de vida após a aposentadoria no tênis é muito importante", explicou.

Estadão
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