Torcedor do Flamengo tem prisão decretada após assediar repórter no Maracanã
Jornalista da ESPN falava ao vivo para o canal quando foi beijada sem autorização
Marcelo Benevides Silva, que assediou a jornalista Jéssica Dias, da ESPN, antes da partida desta quarta-feira, 7, no Maracanã, foi preso preventivamente pela polícia por "importunação ofensiva ao pudor".
De acordo com a ESPN, a equipe que estava com a jornalista no momento do episódio, conseguiu identificar e segurar o torcedor do Flamengo. Em seguida, os policiais levaram o assediador para uma audiência de custódia, no Juizado Especial Criminal, no próprio estádio. Após a decisão do juiz, Marcelo foi encaminhado para a 19ª DP, na Tijuca, Zona Norte do Rio de Janeiro.
Agora, Marcelo seguirá para uma audiência na Secretaria de Administração Penitenciária (SEAP). Caso seja mantida a decisão, o torcedor será transferido para um presídio.
Procurada, a assessoria do Flamengo, respondeu que " ontem mesmo enviou os advogados presentes na partida para prestar assistência jurídica à repórter". O clube carioca também emitiu uma nota de repúdio após o acontecimento.
Leia a nota na íntegra:
O Clube de Regatas do Flamengo lamenta que, num momento onde se comemoram grandes jogos do futebol brasileiro e, especialmente, nossa classificação às semifinais da Copa do Brasil, tenhamos o triste registro de violência e desrespeito contra torcedores flamenguistas e jornalistas que cobrem o clube.
Infelizmente foi o que vimos em nosso jogo desta quarta-feira, na cidade de Curitiba, contra o Athletico Paranaense.
Já na entrada da Arena da Baixada, torcedores rubro-negros foram obrigados a tirar os sapatos para acessar o estádio, inclusive senhores de idade e mulheres, sem falar na apreensão de adereços que não apresentam nenhum risco e que sempre foram permitidos nos estádios, sem contrapartida de igual revista na torcida mandante.
No entorno da Arena da Baixada, flamenguistas foram recebidos com agressividade e objetos arremessados, ação que se repetiu contra os nossos atletas em campo no decorrer da partida.
Após o jogo, um jornalista foi intimidado e ameaçado por profissionais ou pessoas igualmente credenciadas pelo Athletico Paranaense, no momento em que fazia seu trabalho, sem ter tido nenhuma postura ofensiva que justificasse tal atitude.
No final da noite, em um restaurante em Curitiba, torcedores do Athletico Paranaense expulsaram do local uma família rubro-negra, com mulheres e crianças, com truculência e falas racistas.
É deplorável e inaceitável que ainda haja espaço para este tipo de conduta ultrapassada no futebol brasileiro.
O Flamengo solicitará que a CBF e as autoridades competentes tomem as providências cabíveis para punição dos envolvidos e para que esse tipo de atitude seja banida de vez do nosso futebol.