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Tragédia no Flamengo: amor e revolta de quem sofre

22 fev 2019 - 13h18
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Na gangorra de emoções após a morte de dez meninos no incêndio no Ninho do Urubu uma coisa era certa: nenhum dos parentes das vítimas, pais, irmãos, avós, entre outros, se referia ao Flamengo com ressentimento. Ao contrário, o clube era enaltecido por ter abrigado os garotos e até homenageado, em cada sepultamento, com todos entoando o seu hino. Em poucos dias, tudo mudou. Por causa das discussões sobre o valor das indenizações, o Flamengo assumiu o papel inverso, de vilão.

A razão disso é a distância dos valores oferecidos pelo clube com relação à quantia que o Ministério Público, a Defensoria Pública e o Ministério Público do Trabalho defendem para as famílias dos que morreram e os três que ficaram feridos, na tragédia do dia 8 de fevereiro, no centro de treinamento do Flamengo, na zona oeste do Rio.

CEO do Flamengo, Reinaldo Belotti, em entrevista após o incêndio
CEO do Flamengo, Reinaldo Belotti, em entrevista após o incêndio
Foto: César Sales / Futura Press

Após a reunião de parentes dos jovens atletas com representantes do Flamengo, na sede do Tribunal de Justiça do Rio, nessa quinta (21), a dissensão ficou clara. Em linhas gerais, o clube pretende indenizar a família dos garotos mortos com ofertas que variam de R$ 300 mil a R$ 400 mil. Já o MP e demais órgãos pedem pelo menos R$ 2 milhões para cada caso.

Sob o impacto da perda dos filhos, os pais que se manifestaram no TJ mostraram mais que desapontamento com o Flamengo: a reação deles foi de revolta. Acusam o clube e seus dirigentes de ingratidão. Com as feridas expostas e sem previsão de data para cicatrizá-las, essas pessoas já concluíram que não será possível um acordo e que a polêmica vai se arrastar na Justiça.

É exatamente aí que se dá o paradoxo. Por um lado, eles não escondem o orgulho de um dia seus filhos terem vestido, formalmente, a camisa do time mais popular do País. Agora, diante do impasse das indenizações, começam, porém, a se indispor seriamente com o clube.

O Flamengo usou como parâmetro, em suas alegações, o caso do incêndio da boate Kiss, em Santa Maria (RS), que culminou com a morte de mais de 200 jovens, em 2013. Argumentou que ofereceu valores superiores aos que estão sendo estipulados para os parentes daquelas vítimas. Para a procuradora do Ministério Público do Trabalho, Danielle Cramer, as situações são bem diferentes. “No Flamengo, todos ali eram menores de idade e o Flamengo prometeu às famílias que cuidaria deles; na boate, todos estavam em busca de entretenimento.”

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Fonte: Silvio Alves Barsetti
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