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Valeu muito! Entenda como Fair Play financeiro na França contribuiu para PSG selar contratação de Messi

Ao LANCE!, especialistas contam o que pesou para clube parisiense contratar jogador de 34 anos e traçam panorama sobre situações do astro, do PSG e do Barcelona

10 ago 2021 - 17h54
(atualizado às 18h36)
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A maneira como o PSG conseguiu oficializar a contratação de Messi deu o que falar no futebol europeu. Para a concretização do acordo com o futuro camisa 30, ocorrido nesta terça-feira (10), pesou uma peculiaridade na França em relação ao Fair Play financeiro dos clubes. O limite de gastos tinha sido obstáculo para o Barcelona garantir a permanência do seu camisa 10.

Messi foi oficializado nesta terça-feira como reforço do PSG (Sameer Al-DOUMY / AFP)
Messi foi oficializado nesta terça-feira como reforço do PSG (Sameer Al-DOUMY / AFP)
Foto: Lance!

Consultor de gestão e finanças do esporte, o economista Cesar Grafietti apontou o contraste no controle financeiro dos dois países.

- A Uefa e basicamente todas as ligas da Europa tinham parado os controles de Fair Play financeiro devido à pandemia. Com isto, muitos flexibilizaram demais as contas, pois a maioria não caberia no projeto... Por isto, a Uefa ainda redesenha o projeto de uma volta do limite de gastos em 2022/2023. A Espanha, porém, antecipou este retorno. Além de considerar a média dos últimos anos e até uma expectativa de volta de público para esta temporada, seguiu com o limite de que nenhuma folha de pagamento pode exceder 70% em relação às receitas. A França também retomaria este Fair Play nesta temporada mas, a pedido dos clubes, será analisado em 2022 - apontou ao LANCE!, ressaltando:

- O PSG fez varias contratações, mas a rigor só gastou ao trazer o Hakimi, que custou 70 milhões de euros (R$ 415 milhões). O clube aproveitou os controles flexibilizados e entrou com estas contratações. A meu ver, o PSG aproveitou uma janela de oportunidade. Pensou em "estourar" o limite nesta temporada e, na próxima, fazer uma receita a partir do meio de ano vendendo jogadores para reorganizar sua estrutura. A partir do momento de 2022/2023, começa a enquadrar. Aí o acionista do fundo do Qatar ajuda a ajustar as contas... - completou.

Ao seus olhos, a chegada do astro faz parte de uma guinada ousada do PSG.

- É o que chamamos de "all in" (tudo ou nada). O PSG trouxe Messi e Sergio Ramos, que são veteranos mas icônicos para suas posições. Além disto, contratou o jovem Donnarruma, o Hakimi... São jogadores para ganhar agora, pois o clube precisa sair deste estigma de que não vence. O PSG tem ainda uma disputa particular com o Manchester City sobre qual clube com grande investidor vence primeiro uma competição de grande porte. O objetivo ao longo da temporada é dar um salto grande de premiação, ter mais torcida, ir mais distante nas competições, ter conquistas... É um risco mas, pensando no que o PSG fez, é um risco bastante calculado. O clube tem um leque de opções para fazer uma jogada ousada. Surge como favorito à Champions, com uma grande quantidade de receita, grande qualidade em campo. Fica uma pressão para que a expectativa em torno do time se torne realidade... - disse.

Sócio da Sports Value, Amir Somoggi vê uma diferença fundamental entre o clube "blaugrana" e o PSG.

- Somos confrontados com dois modelos de clubes. O Barcelona é uma associação com suas limitações, enquanto o PSG que tem um fundo de investimento do Qatar por trás, um clube-nação, time-estado - disse.

O especialista em marketing e gestão esportiva detalha o momento dos dois clubes financeiramente.

- O Barcelona fechou com 97 milhões de euros (cerca de R$ 590 milhões) de prejuízo em 2020, enquanto o clube parisiense teve déficit na casa dos 124 milhões de euros (aproximadamente R$ 754 milhões). O PSG não tem situação mais confortável que a do Barça. A folha do clube francês estava na casa dos 400 milhões de euros, um pouco abaixo que a do clube catalão... - e apontou uma dor de cabeça que ronda o Camp Nou:

- Um problema no Barcelona é em relação a contratações. Os dirigentes ainda pagam a conta do Coutinho, do Griezmann, do Dembelé. Isso pesa e o clube também tem de se equilibrar com a regulação dos gastos de 70% da receita em salários. A saída do Messi reduziu de 110% para 95%, o que prova que o Barça continua sangrando, pois a pandemia afetou muito a rotina do estádio. O Barcelona tem um prejuízo estimado em 487 milhões de euros (quase R$ 3 bilhões). Em contrapartida, o PSG tem um aparato financeiro enorme. A empresa do Qatar injeta mais de 150 milhões de euros (R$ 912 mi) em patrocínios, ajuda o clube descaradamente - complementou.

Somoggi frisou que a chegada de Messi exigirá desafios ao PSG.

- O PSG mudou de estratégia ao trazer Sergio Ramos e Messi a custo zero, o que em tese dá uma "leveza". Mas, para pagar o atacante, que ganhava no Barcelona 130 milhões de euros por ano, o PSG terá de reduzir alguns custos. Por mais que a receita do Paris Saint-Germain cresça, o clube ganhe seguidor, a conta não fecha no curto prazo. Senão, vira um clube com folha ainda mais alta que se torna impraticável. O Barcelona chegou a 510 milhões e quebrou - e ressaltou:

- Sabemos que a pandemia é uma situação difícil, não dá para ter um cenário definitivo em relação a faturamento. Mas em tese tinham três clubes no mundo onde o astro poderia jogar: além do PSG, Real Madrid e o Manchester City. O mundo não pode se privar de ver o Messi - complementou.

Lance!
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