Clube, clima e elenco: as semelhanças e diferenças do Vasco em que Alex Teixeira surgiu para o que ele retorna
Meia-atacante que volta ao Cruz-Maltino viveu o primeiro rebaixamento e um momento do clube que tem fatores próximos e outros distantes do cenário atual
O lema do Vasco e de sua torcida, após o primeiro rebaixamento no Campeonato Brasileiro, em 2008, foi "O sentimento não pode parar". Mais de uma década depois, muita coisa mudou no Cruz-Maltino, outras nem tanto. Alex Teixeira era um menino, um jogador ainda em formação, porém muito promissor. Ele volta ao clube após sucesso, fortuna, consolidação e pronto para executar o papel de líder técnico do time.
No setor ofensivo, a responsabilidade será dividida com Nene. E ele deverá atuar como centroavante, após uma carreira, na Europa e na Ásia, de multifunções. O meia-atacante de 32 anos foi, no ano daquela queda, uma revelação. Na campanha do acesso, era figura frequente, como meia e como atacante próximo do centroavante.
Os cenários dos elencos eram semelhantes. O time-base que conquistou o título daquela Série B tinha um goleiro experiente, Fernando Prass, como também tem mais de 30 anos Thiago Rodrigues. Carlos Alberto era o maestro do time, papel feito, guardadas as diferenças de características, por Nene atualmente.
Philippe Coutinho jogou muito pouco naquele campeonato. Rumou à Internazionale (ITA) após 12 jogos. Aloísio Chulapa, já consagrado, disputou a mesma quantidade de partidas, e não fez gols. Os demais eram operários. Jogadores que ainda buscavam um lugar ao sol no futebol. Alguns se consagraram logo em seguida, como Fagner. Outros não.
O cenário do clube em si era bem diferente. O clima de recuperação daquela época seria seguido de anos de briga pelo título do Campeonato Brasileiro, título da Copa do Brasil e boa campanha em Copa Libertadores. Mas o agravamento da crise financeira resultou em novo rebaixamento, em 2013. E quedas também em 2015 e 2020.
O time que não subiu pela primeira vez no ano seguinte à queda, em 2021, foi substituído quase que por inteiro por uma equipe que faz campanha quase perfeita nesta edição. É o símbolo da transição para um momento de futebol terceirizado após a iminente venda da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) do clube para a 777 Partners.
A política do Vasco nunca arrefeceu. Houve eleições e períodos de crises institucionais dos mais variados tipos. Alex Teixeira viveu isso e pode viver menos daqui para frente. Nada é garantido. Mas se o time subir - missão à qual ele pretende contribuir -, o clube poderá ter algo, finalmente, mais próximo da paz.