Vasco tem chance de reverter decisão do gol anulado? Entenda o caso
O Vasco, pelo terceiro jogo consecutivo, enviou uma representação formal à CBF para reclamar da arbitragem. Desta vez, porém, o caso se tornou ainda mais sério. Afinal, a polêmica anulação do gol contra o Palmeiras interferiu diretamente no resultado da partida e foi considerada, de forma unânime, um erro de decisão do VAR. O responsável, aliás, foi Igor Junio Benevenuto de Oliveira, árbitro mineiro da Fifa. Mas que efeito a revolta da diretoria cruz-maltina pode ter? Há chance de uma ação na Justiça para alguma mudança prática?
Em 2021, o próprio Vasco já tentou ir aos tribunais por conta de uma falha no equipamento do VAR, que não identicou um impedimento claro em gol do Internacional, em São Januário. Na ocasião, por sinal, a equipe estava muito próxima do rebaixamento. E não teve sucesso na tentativa de anular o jogo, com base na comprovação do erro.
O regulamento da CBF, ao qual os clubes se submetem, diz que "não será passível de anulação as partidas nas quais ocorrer: a) Mal funcionamento da tecnologia do VAR; b) Decisão errada envolvendo o VAR; c) Decisão do árbitro em não rever uma jogada; e d) Revisão de uma jogada não passível de revisão, tal como escanteio e lateral".
Anulação apenas em caso de dolo
Portanto, mesmo com a inclusão do árbitro de vídeo, não há uma interpretação diferente. Isso porque, o VAR é formalmente considerado como mais um árbitro-assistente. Ou seja, a menos que fosse comprovado o dolo do árbitro responsável ao cometer o erro, e não o desconhecimento da regra, é que o Vasco poderia tentar, através da Justiça, solicitar a disputa de uma nova partida.
O artigo 259 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD) fala especificamente sobre este ponto. "§ 1º A partida, prova ou equivalente poderá ser anulada se ocorrer, comprovadamente, erro de direito relevante o suficiente para alterar seu resultado".
Os comentaristas de arbitragem, como PC Oliveira, Carlos Eugênio Simon e Sálvio Spínola, foram unânimes em afirmar, logo após o jogo, que o VAR Igor Junio Benevenuto orientou de maneira errada o árbitro. Afinal, o impedimento de Pablo Vegetti, na origem do lance, não teve mais relação com a sequência após o palmeirense Richard Ríos optar por afastar a bola da área ao invés de dominá-la.
"É um erro crasso, um dos maiores erros de arbitragem em lance com VAR, porque o VAR se prendeu à posição do Vegetti, ficou procurando aquele impedimento e interferiu após uma revisão. O VAR não deve atuar nesse lance, está muito claro no protocolo", disse Sálvio.
Auxiliar do Vasco posta crítica
Em post no Instagram, o auxiliar Emiliano Díaz fez alusão à anulação do gol de Paulinho e disse o seguinte: "Orgulho desse grupo. Se eles querem que desistamos, terão que matar todos nós", escreveu, junto à #contratudo.
Após o lance, o Vasco suportou o empate em zero a zero por mais cerca de 40 minutos, até levar um gol de falta de Raphael Veiga e perder o jogo, mantendo-se assim com 16 pontos e na inglória 18ª posição da tabela do Brasileirão.
O próximo compromisso do time é no domingo que vem, contra o Bahia, às 18h30, na Arena Fonte Nova.
Siga o Jogada10 nas redes sociais: Twitter, Instagram e Facebook.