Dupla do vôlei de praia "abre mão" de Olimpíada por Pan
Álvaro Filho e Vítor Felipe preferiram disputar Pan ao invés de duas etapas do Circuito Mundial, que vale pontos para Rio 2016
Pergunte para qualquer atleta profissional qual seu maior sonho. Aposto com você que quase todos responderão disputar uma Olimpíada. E o sentimento não é diferente da dupla de vôlei de praia formada por Álvaro Filho e Vítor Felipe. Porém, ter escolhido disputar os Jogos Pan-Americanos de Toronto, no qual o brasileiros decidem a medalha de ouro nesta terça-feira, pode ter feito o sonho ser adiado por mais quatro anos.
Para vir a Toronto, Álvaro e Vítor tiveram que abrir mão de duas etapas do Circuito Mundial, fundamentais na corrida olímpica brasileira. Antes do Pan, a Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) perguntou o interesse das melhores duplas do Brasil em disputar a competição no Canadá. Alison/Bruno Schmidt, Ricardo/Emanuel e Evandro/Pedro Solberg, no entanto, declinaram, justamente visando garantir presença nos Jogos do Rio 2016.
De acordo com a CBV, uma dupla de cada gênero (feminino e masculino) se classificará para os Jogos Olímpicos pelos pontos obtidos nos nove principais eventos do tour internacional de 2015 e mais duas serão escolhidas pela entidade máxima do vôlei brasileiro, seguindo um critério técnico.
Como cada dupla pode descartar apenas dois resultados no tour mundial, Álvaro e Vítor sabem a dificuldade que terão para alcançar seus concorrentes e explicam que essa atitude foi planejada por eles.
“Já tínhamos planejado isso. Foi uma decisão conjunta, entre nós, comissão técnica e CBV. Para a gente é um orgulho muito grande representar o País aqui. Sabíamos que nenhuma das três duplas que estão na frente poderia vir para o Pan. Estão em uma corrida olímpica muito disputada e forte”, disse Álvaro.
“Sabemos que virão outras Olimpíadas e que estar no Rio seria muito importante, mas vimos uma oportunidade de jogar um Pan-Americano e sabemos da importância disso para a carreira de um atleta. Então optamos por vim para cá”, completou Vítor.
Apesar da situação complicada no ranking mundial, a dupla não perde as esperanças e ainda sonha com uma possível escolha no índice técnico da CBV. “Sabemos que a segunda dupla vai ser por indicação. Mandamos muito bem no Mundial, estamos bem aqui e ainda restam quatro etapas do Grand Slam. Tem muita areia para rolar, a esperança nunca morre”, mostrou otimismo Vítor.
Como os dois estão com apenas 24 anos, ainda terão outras oportunidades de participarem de Jogos Olímpicos e, por enquanto, valorizam a experiência do Pan. “Nós temos um plano. Temos pessoas muito experientes na nossa equipe técnica, conversamos com eles e acreditamos que aqui o ambiente é o mais próximo de uma Olimpíada. Então, já visando o futuro, acho que está sendo muito proveitoso como experiência”, concluiu Álvaro.