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Vôlei

Como gente grande! Brasil bate Argentina e vai à semi no Pan

Formada em sua maioria por jogadores muito jovens, Seleção não toma conhecimento dos rivais e avança no vôlei masculino

21 jul 2015 - 16h21
(atualizado às 21h51)
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Foto: William Lucas / Inovafoto

Com média de idade muito inferior que a da rival Argentina, os jogadores da Seleção Brasileira masulina de vôlei mostraram uma maturidade que chama atenção nos Jogos Pan-Americanos de 2015. Após uma derrota com muita catimba diante de Cuba, por 3 sets a 2, o time verde e amarelo sabia que precisaria ganhar de 3 sets a 0 ou 3 sets a 1 se quisessem avançar diretamente à semifinal da competição. Não precisou de muito trabalho para isso. Comandados pelo técnico Rubinho, auxiliar de Bernardinho, a equipe fez um 3 a 0, com parciais de 29/27, 25/21 e 25/22.

Rubinho diz que jovem Seleção de vôlei aprendeu com derrota:

O grande destaque da partida foi o gigante oposto Renan, de 2,17 m. Depois de um jogo abaixo da média contra os cubanos, o camisa 20 foi o ponto de desequilíbrio da Seleção, terminando como o maior pontuador da equipe no jogo. Com um saque muito bom e sem um jogo mais de pancadaria, como foi contra a seleção caribenha, os brasileiros tiveram mais facilidade para se impôr.

O técnico Rubinho já havia alertado, após a derrota para os cubanos, que o duelo seria mais técnico e foi o que aconteceu. Ralis mais longos e uma disputa muito mais tática do que física. O treinador também tinha alertado que o revés no último domingo serviria como evolução para seu jovem time. Também foi o que foi constatado na partida, principalmente pelo entrosamento melhor do levantador Murilo Radke e o oposto Renan. Com a passagem direta à semifinal, a Seleção Brasileira ganha um dia a mais de folga e poderá estudar com calma o adversário que irá pegar na próxima partida. 

Otavio ataca com facilidade no meio de rede
Otavio ataca com facilidade no meio de rede
Foto: William Lucas / Inovafoto

O duelo começou bastante disputado, com os argentinos chegando a começar melhor, principalmente graças à grande atuação do oposto Gonzalez. Maurício soube variar bem as bolas entre Renan e os ponteiros Douglas e Maurício Borges, colocando a equipe verde e amarela no jogo. A parcial seguia muito acirrada, com os argentinos sempre um ponto a frente até um bloqueio de Murilo e Maurício Silva passara a vantagem aos brasileiros. Rubinho, então, usou do talismã João Rafael, que já tinha levado o duelo contra Cuba para o tie-break, para acertar um ace e fazer 1 a 0. 

No segundo set, os brasileiros encontraram mais facilidade, principalmente graças aos erros de ataque dos argentinos, que sentiram um pouco a pressão de sair atrás do marcador. Com isso, a parcial foi fechada em 25 a 21. A terceira parcial tinha tudo para ser a mais difícil, já que os argentinos ficaram à frente até o fim do set. 

Quando tudo encaminhava para um quarto set, os brasileiros começaram uma reação impressionante com Maurício Silva no saque, com quatro pontos consecutivos e bloqueios precisos do meio de rede Otávio, os brasileiros viraram a partida e abriram vantagem, colocando três pontos de frente (23 a 20). Aí foi só administrar o placar e se colocar na semifinal do Pan. Resultado importante para uma equipe que chegou desacreditada por não vir com seus melhores jogadores para Toronto. 

Os jogadores comemoraram muito a vitória por dois aspectos: a volta por cima após a derrota para Cuba e a classificação direta para semifinal. Para o levantador Murilo Radke, o time soube corrigir rapidamente os erros e ainda ganhou motivação extra para ganhar em sets diretos por saber que o regulamento beneficiaria a Seleção Brasileira. 

Mauricio Borges vibra com ótima atuação brasileira
Mauricio Borges vibra com ótima atuação brasileira
Foto: William Lucas / Inovafoto

"Acho que hoje a virada de bola foi importante, conseguimos rodar quase toda bola de primeira, isso colocou a gente lá em cima do placar. A gente meio que bloqueou nas horas certas, bloqueio foi eficiente. A gente sabia dessa possibilidade de que se ganhasse por 3 a 1 ou 3 a 0, faria a gente classificar em primeiro e ter essa possibilidade de quebra de jogo. Foi muito importante, o time está de parabéns, mas não pode perder o foco para conquistar uma medalha. A gente tem muito para crescer nos detalhes porque é a primeira vez que a equipe toda está jogando junta, tem que trabalhar bem esses dois dias para chegar bem na semifinal".

Para o oposto Renan, a calma do time para os momentos de provocação foi crucial para conseguir a classificação. "Não pode cair na provocação, que nem Cuba. Eles tem um jogo chato, eles defendem demais de lá, não cai a bola no jogo. Eles dão um tapinha, largada, não erram é dificil errarem. Eles vão provocando, provocando. Faz um ponto, atacam, ficam olhando é sempre vai ser assim, um jogo sempre chato".

O líbero Thiago Brendle fez coro ao colega e resumiu em uma palavra a melhora do Brasil contra os argentinos: maturidade. "Na partida anterior, faltou maturidade para a equipe, nos propusemos a jogar de uma certa forma e não conseguimos. Hoje o que combinamos foi feito, isso nos logrou um placar de 3 a 0 e nos colocou em uma situação boa dentro do campeonato, na classificação. O time hoje teve uma ótima partida em todos os aspectos, soube jogar com a característica do adversário e está de parabéns por ter crescido neste aspecto de maturidade tão rapidamente". 

Rubinho: mesmo com time B, temos pressão por pódio no vôlei:
Fonte: Terra
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