CBV: Aldo teme julgamento precipitado, mas quer investigação
O ministro do Esporte Aldo Rebelo se manifestou nesta sexta-feira sobre as denúncias envolvendo irregularidades nos contratos de patrocínio da Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) com o Banco do Brasil, divulgadas pela ESPN Brasil. Em visita âs dependências do Santos, na Vila Belmiro e CT Rei Pelé, Rebelo pediu para que não fizessem maiores julgamentos sobre o escândalo, principalmente pelo alto investimento do banco estatal, mas exigiu por investigações de todas as partes envolvidas a entidade.
"Nós temos acompanhado (o caso) porque a Confederação Brasileira de Vôlei sempre foi vista como paradigma de êxito não só dentro de quadra, com as seleções masculina e feminina, mas fora, desde a Olimpíada de 1992. Sabemos que eles têm uma participação forte do Banco do Brasil, que entra com recursos elevados, que há um grande centro de treinamento construído no Rio de Janeiro, e, quando aparece uma notícia assim, é importante que o governo não se precipite com julgamentos. Esses episódios exigem esclarecimentos até que a denúncia seja totalmente investigada", disse o ministro.
"Esperamos que algumas coisas sejam esclarecidas. O Ministério do Esporte quanto as suas leis de incentivo, o Tribunal de Contas e o Comitê Olímpico também já se manifestaram, além da própria Confederação e do Banco do Brasil. Esses episódios o que exigem? Esclarecimento e investigação para que as denúncias sejam sanadas e onde há dinheiro público para que os orgãos de controle se manifestem", completou.
O presidente do Comitê Olímpico Brasileiro, Carlos Arthur Nuzman, já se manifestou sobre as denúncias e externou ter grandes preocupações sobre o caso, reforçando a necessidade de severa investigação.
Ary Graça renunciou, também nesta sexta, ao cargo de presidente da Confederação Brasileira de Vôlei. A decisão foi confirmada pela entidade. Apesar disso, o dirigente continua à frente da Federação Internacional de Vôlei (FIVB).
A renúncia foi anunciada na Assembleia Ordinária da entidade realizada em João Pessoa (PB) e não teria relação direta com as denúncias recentes. De acordo com dirigentes presentes, Ary Graça já havia tomado a decisão de deixar o cargo em dezembro de 2013, e a carta entregue teria sido assinada na mesma época, no dia 20 daquele mês.
Segundo a ESPN Brasil, empresas que têm ex-dirigentes da CBV como acionistas foram privilegiadas em negócios da entidade com o Banco do Brasil, recebendo comissão por patrocínio negociado diretamente com a estatal, além de comissão sobre vendas realizadas anteriormente. Os desvios teriam chegado a R$ 25 milhões. A CBV contratou auditoria para investigar o caso e suspendeu parcerias firmadas até 2012.