Douglas Souza revela caso de homofobia em viagem para Itália
Ponteiro da Seleção Brasileira fazia escala em Amsterdã com o namorado quando foi parado por agentes, que os seguraram em aeroporto por 15h
Douglas Souza, jogador da Seleção Brasileira de vôlei, deu detalhes sobre o caso de homofobia que viveu ao lado de seu namorado, Gabriel. Por meio de vídeos publicados em seu Instagram, o novo reforço do Vibo Valentia, da Itália, explicou como uma escala no aeroporto de Amsterdã, que inicialmente estava prevista para durar três horas, acabou terminando de forma traumática após longas 15 horas.
"No controle de passaporte, perguntaram o que eu faria na Itália, eu disse que seria jogador de vôlei e o Gabriel era meu namorado. Logo, a fisionomia dele mudou na hora e o tratamento também. Ele perguntou o que ele faria lá, eu mostrei o documento de união estável, eu disse que ele iria me acompanhar e trabalhar", relatou Douglas, que recentemente defendeu o Brasil na campanha em que o time nacional masculino terminou os Jogos Olímpicos de Tóquio na quarta posição.
Após mais de cinco horas, o jogador foi chamado pelos agentes do aeroporto em Amsterdã para uma entrevista em uma "salinha". Perguntado mais uma vez sobre o que iria fazer na Itália, Douglas percebeu que seu namorado não seria liberado facilmente. "Aí bateram na tecla do Gabriel, e eu falava que era meu namorado, e eles não entendiam esse termo, para eles era "companheiro", eles não falavam de jeito nenhum "namorado"", completou.
A situação só foi resolvida quando seu empresário e o Vibo Valentia intervieram e conseguiram a autorização de entrada dos dois na Holanda. "Aconteceu, passou, meu clube não tem nada a ver. Eles ajudaram, meu empresário, também. Eu espero que ninguém passe por isso, sei que infelizmente vai passar e a gente tem que passar por isso", lamentou. "Acabou que passei 15 horas no aeroporto, e era para ter sido umas três, no máximo. Não achei normal. Eu sei o que eu vivi. Foi muito constrangedor."
Antes de contar todo o caso, Douglas usou as redes sociais nesta terça para expressar seu descontentamento com o tratamento recebido em solo europeu. "Hoje é um dos piores da minha vida. Foi horrível. Está sendo horrível. Eu só não vou contar realmente o que aconteceu hoje porque eu tenho medo de eles tirarem a minha passagem e me deportarem", disse.