Não há coincidência no fato de Sollys/Osasco e Unilever fazerem, às 10h (de Brasília) deste domingo, a 9ª final consecutiva da Superliga feminina de vôlei. No Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo, as duas potências da modalidade estarão em quadra para um clássico de grande rivalidade, repleto de campeãs olímpicas, rodeado por polêmica, invejado até e com a certeza de um grande confronto para encerrar a temporada.
Desde 2005, os dois times são os únicos a brigar pela taça – para o Sollys, a sequência é ainda mais impressionante, já que desde a época de Finasa/Osasco chega à sua 12ª final seguida. No embate, o Unilever tem ligeira vantagem: cinco títulos, quatro deles de forma consecutiva. Neste domingo, tentará evitar o primeiro bicampeonato do rival paulista. Será, sem dúvida, um grande jogo, talvez grande até demais.
Essa é a polêmica que rodeia a briga entre paulistas e cariocas. As equipes seriam beneficiadas por um sistema criado pela Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) justamente para equilibrar mais a competição. Por ele, pontos de 1 a 7 são atribuídos a atletas pelos próprios clubes, sendo que cada um pode ter no máximo três jogadoras com pontuação máxima e a soma de todas não pode ultrapassar 35.
Há algumas brechas, no entanto: jogadoras formadas pelos clubes não entram na contagem, enquanto que estrangeiras só são pontuadas após a segunda temporada, entre outras. “Os dois clubes que estão na final são os maiores investidores, os que fazem o trabalho mais sério. Eu acho que é normal isso”, minimizou Sheilla, atleta do Osasco que já defendeu o Unilever. “Se os outros patrocinadores quiserem aparecer, vão ter que fazer um trabalho a longo prazo. Não é de um ano para o outro que você apoia e já chega à final”, complementou.
Clássico e “guerra psicológica”
O duelo entre Sollys e Unilever promete ser duro (vote e eleja, posição por posição, quem tem o melhor time). Nesta temporada, o equilíbrio prevaleceu: uma vitória para cada em partidas bem disputadas e infladas pela rivalidade cada vez maior. Para o técnico do time paulista, Luizomar de Moura, há uma espécie de disputa psicológica prévia entre os times, algo que ajuda a esquentar a decisão.
“Todos batalharam muito para estar aqui e tem um ditado que diz que o jogo é jogado. Agora, nesse momento, há uma guerra psicológica de qual time é melhor, qual é o favorito e tudo isso só vai acabar no domingo, às 10h, quando o árbitro apitar o início do jogo”, afirmou o treinador. Nessa lógica, Bernardinho, treinador do Unilever, está batalhando bem, jogando a responsabilidade para os atuais campeões da Superliga e do Mundial.
“Já tivemos mais paridade de condições em outras finais. Agora, a equipe delas é a principal do Brasil e talvez do mundo. Nessa decisão, vamos trabalhar para fazer um bom jogo e, quem sabe, conseguir um resultado surpresa”, apontou o treinador do Unilever. Sheilla, que em 2012 perdeu o título para o Sollys e agora defende o time paulista, pensa diferente: crê em duelo de igualdade.
“A final é sempre um jogo mais tenso, mais nervoso. Os detalhes vão definir o vitorioso. O time que errar menos vai ser campeão, a equipe que entrar mais focada. É difícil falar uma dificuldade da final”, afirmou Sheilla, sem se especificar. Fofão, experiente levantadora do Unilever, pensa parecido: "espero que seja um jogo equilibrado, porque vai vir muita gente assistir. Independentemente de quem vença, que consigam jogar bem, porque a gente ganha, o público também e o espetáculo fica melhor ainda".
A Superliga feminina de vôlei 2012/2013 chega ao fim neste domingo, com a final entre Sollys Nestlé e Unilever - vão decidir pelo nono ano consecutivo. Ao longo dos últimos meses, o maior campeonato nacional (e um dos principais do planeta) colocou em quadra algumas das melhores atletas em atividade. Confira, a seguir, fotos de destaque como a da ponteira Jaqueline