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Vôlei

Tandara critica mais uma vez a presença de atletas transexuais no vôlei: 'Minha opinião não muda'

Durante participação em um podcast, a oposta da seleção brasileira disse, porém, respeitar Tiffany, primeira trans do esporte no Brasil e possível companheira de Osasco

15 out 2021 - 14h24
(atualizado às 14h37)
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O caso envolvendo Tiffany, a primeira atleta trans do vôlei brasileiro, sempre causou opiniões divididas. Vários médicos, treinadores e jogadoras já foram perguntados se a oposta, hoje atuando no Osasco, deveria estar jogando entre mulheres. Tandara, oposta da seleção brasileira e suspensa provisoriamente por doping durante a disputa dos Jogos Olímpicos de Tóquio, participou do podcast "Oz Pod" e, mais uma vez, criticou a participação de atletas transexuais no vôlei feminino.

Embora diga "respeitar a opinião da CBV (Confederação Brasileira de Vôlei)", Tandara afirmou que sua posição sobre o tema continua a mesma. Três anos atrás, a também jogadora do Osasco se mostrou contra a inclusão de Tiffany na Superliga. Caso consiga provar sua inocência em relação ao uso da substância proibida ostarina, considerada um anabolizante, as duas poderão jogar lado a lado na equipe paulista.

Tandara voltou a criticar presença de atletas transexuais no esporte.
Tandara voltou a criticar presença de atletas transexuais no esporte.
Foto: Divulgação/FIVB / Estadão

"Primeiramente, eu vou deixar bem claro que eu respeito a Tifanny, nós nos comunicamos, nós nos falamos sempre, eu tenho um respeito muito grande por ela, sabe? Eu sei das lutas dela como ser humano, enfim. Eu acredito muito que cada um tem que ocupar o seu espaço, mesmo, e tem que brigar por isso. Em 2018, eu dei uma entrevista, inclusive eu estava aqui em Osasco, quando eu disse que não concordava. E realmente essa minha opinião não muda, porque eu acredito de verdade que não seja justo", disse Tandara no podcast.

Durante a entrevista, Tandara, associada ao movimento "Atletas pela Democracia", reforçou que não concorda com o projeto de lei proposto pela Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), que busca proibir a atuação de jogadoras como Tiffany no estado, mas considera que a entrada de outras atletas trans no vôlei feminino tira a oportunidade de futuras jogadoras.

"Se autorizaram, já era, é o direito adquirido. Só que eu não concordo com outras trans entrarem no esporte, hoje, porque você vai tirar o espaço de uma outra jovem, que está crescendo e buscando isso", disse a oposta.

Tiffany, oposta do Osasco, é a primeira e única atleta trans do vôlei feminino profissional no Brasil.
Tiffany, oposta do Osasco, é a primeira e única atleta trans do vôlei feminino profissional no Brasil.
Foto: Reprodução/Twitter / Estadão

Depois de dizer que respeita Tiffany como ser humano, a campeã olímpica em Londres-2012 adicionou que, se tudo der certo, não vê a hora de jogarem juntas, algo que nunca aconteceu. Tandara ainda revelou que teve participação na transferência de Tiffany para o Osasco, a pedido do técnico Luizomar de Moura. "Querendo ou não, a vinda dela para Osasco teve muito a minha influência. O Luizomar entrou em contato comigo, pediu: "Liga pra ela". Como eu já fazia parte do time, ele me ligou para que a gente conversasse. Eu fui uma das principais pessoas a ligar para ela e falar: "Vem jogar comigo. Vamos jogar junto. Vai ser bacana. Vamos ter essa experiência". Tanto que ela até brinca: "Tem a pitbull, e eu sou a Rottweiler", contou a jogadora da seleção.

Após a classificação para a final do Campeonato Paulista, Tiffany agradeceu Luizomar e se mostrou ansiosa para o retorno de Tandara à equipe. "Queria agradecer o Luiz por essa oportunidade, por acreditar em mim, tô orando pra chegar logo a Tandara pra dividir um pouco comigo essa responsabilidade, mas até lá, eu vou tentar fazer o meu melhor e tentar ser campeã com essa equipe linda, que merece." Osasco e Barueri começam a disputar o título paulista de 2021 nesta sexta, no Ginásio Esportivo José Liberatti, em Osasco.

Estadão
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