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Vôlei

Wallace Souza já recebeu quase R$ 350 mil do Bolsa Atleta, criado por Lula

Jogador de vôlei incitou violência contra o presidente Lula nas redes sociais recentemente

2 fev 2023 - 18h02
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Wallace de Souza é beneficiário do Bolsa Atleta, programa criado no governo Lula
Wallace de Souza é beneficiário do Bolsa Atleta, programa criado no governo Lula
Foto: Reprodução/Instagram/@wallaceleandro08

O jogador de vôlei da Seleção Brasileira Wallace Souza é um dos que mais recebeu recursos do Bolsa Atleta nos últimos 10 anos, segundo levantamento que aponta que foram recebidos quase R$ 350 mil do programa. Nesta semana, o jogador do Sada Cruzeiro usou as redes sociais para incitar violência contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O Bolsa Atleta foi criado durante o primeiro governo de Lula.

Os dados sobre o Bolsa Atleta são públicos e foram compilados pelo Instituto de Pesquisa Inteligência Esportiva, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), que há anos estuda o Bolsa Atleta. O estudo considera os nomes publicados no Diário Oficial como contemplados a cada ano.

Wallace foi contemplado com 10 vezes, num valor previsto de bolsa de R$ 345.900,00. Dentre os atletas do voleibol, ele é um dos três atletas com mais contemplações, junto com Rosamaria Montibeller e Fernando Gil Kreling.

O jogador de vôlei é contemplado desde o ano de 2012, inicialmente com a Bolsa Nacional (R$ 11.100,00 por ano) e posteriormente com a Bolsa Olímpica (R$ 37.200,00 por ano), entre os anos 2013 e 2022 – com exceção de 2020, durante o governo de Jair Bolsonaro, quando não houve publicação de edital para o Programa Bolsa Atleta. 

Apenas entre os atletas de voleibol, Wallace é o que teve o maior valor previsto para recebimento, mas não é o atleta com maior valor previsto entre todo o Programa. Ele também é o que foi contemplado mais vezes, considerando apenas a modalidade, sendo que a atleta com mais bolsas em todo o Programa foi contemplada 18 vezes desde 2005.

As informações que constam entre os dados compilados pelo Instituto de Pesquisa são apenas valores previstos, já que é possível ocorrer deduções de INSS ou cancelamento de parcela eventual, cujos detalhes a pesquisa não tem acesso.

Post nas redes sociais

Wallace Souza sugeriu que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) levasse um "tiro na cara" em uma enquete compartilhada em sua conta no Instagram. A postagem foi apagada pelo atleta posteriormente.

O jogador fez uma série de postagens nas primeiras horas desta terça-feira sobre a sua experiência em um stand de tiro, compartilhando inclusive a arma que mais gostou de usar. O atleta abriu a caixa de perguntas aos seguidores e foi questionado se "daria um tiro na cara do Lula". O jogador respondeu com uma enquete. "Alguém faria isso: sim ou não?"

Em nota, o Sada Cruzeiro lamentou profundamente a atitude e pediu desculpas pela publicação de Wallace, mas não insinou qualquer punição ao jogador. O atleta é apoiador declarado do ex-presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas urnas pelo petista nas eleições de 2022 e entusiasta da ampliação do acesso a armas pela população.

"As redes sociais podem parecer um espaço em que tudo está liberado, sem muita avaliação das responsabilidades de interpretação, e isso é uma armadilha gigantesca", escreveu o clube. "Ressaltamos, principalmente, que a violência nunca deve ser exaltada ou estimulada".

A Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) afirma que "repudia qualquer tipo de violência ou incitação a atos violentos, e entende que o esporte é uma ferramenta para propagação de valores como o respeito, a tolerância e a igualdade".

Em nota, o Comitê Olímpico do Brasil (COB) informou que "encaminhou, por meio do Compliance Officer, representação ao Conselho de Ética da entidade contra o atleta de vôlei Wallace. O órgão, que é independente, dará o devido andamento às etapas do processo".

Em meio à repercussão negativa de sua fala, Wallace se desculpou, por meio de seu Instagram, pela sua postagem incitando uma violência ao presidente Lula.

*Com informações do Estadão Conteúdo.

Fonte: Redação Terra
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